quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Imaginação, Ciência e Sonho

Imagem: WEB


“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro”.

Albert Einstein
(1879 — 1955) - foi um físico alemão, radicado nos Estados Unidos, famoso por ter desenvolvido a Teoria da Relatividade que possibilitou o desenvolvimento da energia atômica, apesar de seu estudo teórico não prever tal possibilidade.


A imaginação é o dom mais elevado do ser humano. Quando a usamos, transformamos o que vemos em algo novo e estabelecemos uma conexão com a subjetividade da atividade criadora, pois expressamos o conhecimento através de símbolos e mitos. Construímos o mundo e a nós mesmos ao compormos uma música, ao redigirmos um poema, um texto ou ao realizarmos qualquer tarefa que implique em criação. A imaginação também nos dá o poder de transformar o mundo, em que vivemos, e nos estimula a buscar o autoconhecimento. Não existe limite de tempo e muito menos de espaço para a imaginação. Então, que tal usá-la para tentarmos consertar os estragos deste mundo? Utopia? Que nada! Sonhos podem ser transformados em realidade, desde que não se sonhe sozinho... É claro! Ponhamos mãos à obra!
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Índia x Brasil: semelhanças e diferenças


Imagens: WEB - Montagem: Selene


Atualmente, a Índia está em evidência no Brasil. Isto se deve à veiculação de uma novela, em horário nobre, por um dos canais de televisão de maior audiência em nosso país. O tema abordado é a intocabilidade entre os integrantes das castas e os sem-casta ou “intocáveis” que vivem à margem desse sistema de divisão social. Aproveito este espaço e sua companhia, caro (a) leitor (a), para juntos fazermos uma viagem à nação de Brahma e, desta forma, descobrirmos as diferenças e as semelhanças entre as culturas brasileira e indiana.


Assim como o Brasil, a Índia é um belo país, rico em tradições religiosas e culturais, belezas naturais e diversidade étnica. Esta última contribui para que ambos se enquadrem entre os mais desiguais do mundo. Neles riqueza e pobreza, progresso e atraso, erudição e analfabetismo caminham paralelamente. Mas as semelhanças não param por aí. Brasil e Índia têm uma vasta extensão territorial e ambos estão divididos em 27 unidades federativas. Em Mumbai – grande cidade industrial indiana – 40% de seus habitantes vivem em favelas miseráveis ou nas ruas. Situação equivalente temos em algumas áreas dos morros cariocas e na periferia de outras centenas de cidades brasileiras. Na Índia, podemos encontrar camelos e elefantes – preferencialmente, meios de transporte de castas inferiores – disputando espaço, no trânsito, com carros do último modelo. Da mesma forma que vemos, aqui, carros populares e de luxo transitando ao lado de carroças – veículos de tração animal.

Em minha pesquisa, algo, em especial, me surpreendeu: diferentemente do Brasil, na Índia, a pobreza não gera violência. Buscando a razão, descobri que o mérito é da religião: eles acreditam no eterno retorno das almas à vida e que podem ser acolhidos, inclusive, em animais. Daí a sua preocupação em evoluir, controlando certos impulsos, para não retornarem em condição ainda mais inferior.
No Brasil, vivemos em uma sociedade liberal onde qualquer pessoa pode ascender socialmente e economicamente através de riquezas acumuladas – é a livre iniciativa. Já na Índia, eles vivem em uma sociedade estática na qual trabalho e riqueza pouco influenciam na posição ocupada pelos cidadãos. Lá predomina o Sistema de Castas no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho e estão predeterminados: profissão, hábitos alimentares, vestuário e até os pretendentes, para o casamento, são escolhidos pelos pais.

Embora tenha sido oficialmente extinto, há mais de 50 anos, o Sistema de Castas ainda faz parte da cultura indiana. Após a independência, apesar de várias leis criadas e da luta de Gandhi as castas subsistem. Sua origem está ligada à mitologia religiosa hindu. De acordo com a fabulosa história dos deuses, o deus supremo Brahma foi sacrificado e seu corpo dividido. As castas clássicas eram quatro e representavam seu corpo assim distribuído: da cabeça veio a casta mais elevada: os brâmanes (sacerdotes, filósofos, professores, astrólogos, yogis, gurus, eremitas, escritores, poetas e historiadores); dos braços, os xátrias (guerreiros e governantes); das pernas, os vaixas (agricultores, artesãos e comerciantes); dos pés, os sudras (escravos, servos, trabalhadores braçais e camponeses). Além das quatro castas principais, há um segmento da sociedade que vive à parte: os intocáveis, dalits, párias ou sem-casta. São vistos como “impuros” e não podem ser tocados pelas castas superiores. O grupo dos intocáveis agrega todos aqueles que violaram o sistema de castas ou infringiram alguma regra social. Neste sistema, quando uma pessoa é rebaixada, todos os seus descendentes também o são. Estrangeiros e imigrantes também fazem parte deste grupo e, como estão à margem da sociedade, ficam bastante vulneráveis. Os intocáveis jamais terão o direito de banhar-se no Rio Ganges – considerado sagrado. Eles realizam trabalhos considerados desprezíveis como limpeza de esgotos e, comumente, exercem as profissões de gari, coveiro, lavadeira e faxineiro. Comparo os sem-casta indianos aos brasileiros que pertencem às camadas mais baixas de nossa população e aos mendigos. Se refletirmos um pouquinho, constataremos que o tratamento que lhes é dado, pelas classes mais privilegiadas, não é muito diferente do dispensado na Índia, concorda?

As quatro castas clássicas deram origem a várias subdivisões e, atualmente, a Índia possui mais de três mil castas que são distribuídas entre uma população de 1,45 bilhão. O analfabetismo atinge 350 milhões de habitantes. Os números do Brasil são, proporcionalmente, bem menores: 14,1 milhões de analfabetos para 183,9 milhões de habitantes.

Inferi que apesar de existirem grandes diferenças sociais, em nossa pátria, temos todos liberdade de expressão, de crença, de escolher nossos governantes, a nossa profissão, o estilo de nos vestirmos, a nossa alimentação e a pessoa com quem queremos compartilhar a nossa vida. Enquanto que, entre os indianos, são poucos os que têm tais “privilégios”. Percebo que aqui o problema é social e econômico, mas há possibilidade de ascensão. Na Índia, é a religião que determina tudo e não há possibilidade de “promoção” de uma casta para outra, só de rebaixamento ou exclusão. A discriminação é pela origem – não importa se a pessoa é rica ou pobre, se é trabalhadora ou não. Igualmente ao Brasil, há leis contra essa discriminação racial, mas, na maioria dos casos, raramente são cumpridas.
Depois desta viagem cultural, não desmerecendo aquele país e com todo respeito à sua cultura milenar, afirmo: o Brasil, com todos os seus defeitos, é o melhor país do mundo. E é o meu país!
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Poesia

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"Poesia é quando uma emoção encontra seu pensamento e o pensamento encontra palavras."


Robert Lee Frost (1874 -1963) - foi um dos mais importantes poetas americanos do século XX. Frost recebeu quatro prêmios Pulitzer.


Escrever versos não é difícil. Qualquer pessoa pode fazê-lo. Entretanto, escrever poesia é bem mais complicado, pois exige harmonia entre emoção e pensamento. Somente quando conseguimos realizar tal proeza, é que as palavras fluem e nos ajudam a eternizar o momento mágico do nosso pensar.
Sempre admirei o fato de o ser humano ser capaz de sincronizar escrita e pensamento. Isto por si só já é maravilhoso! Imagine você conseguir sentir e expressar, por escrito, a sua emoção; reproduzir, poeticamente, um recorte da natureza ou da realidade de um fato; ver de uma forma especial tudo quanto o rodeia. Isto é fazer poesia. Felizes e abençoados são os que têm este dom.
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domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Problema da Verdade

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Segundo Bazarian[1], os critérios para decidirmos se algo é verdadeiro originam-se da autoridade, da evidência, da ausência de contradição, da prova e da utilidade. Há muitos outros conceitos filosóficos e não pretendo enveredar por eles, pois quero escrever um texto breve, leve e simples, porém, reflexivo. Todavia, não posso deixar de mencionar mais um critério, considerado pelos filósofos como o único, para se reconhecer a verdade: a sua verificabilidade. No positivismo lógico, ela é a principal característica das teorias científicas. É através dela que podemos comprovar, empiricamente, a exatidão das proposições.

Li Bazarian na primeira semana do meu curso de graduação. Hoje, depois de vários anos, algo me fez relembrá-lo e me pus a refletir... Gostaria que o (a) caro (a) leitor (a) me acompanhasse nesta reflexão.

Durante as discussões, em sala de aula, naquele período, descobri que a verdade é relativa, isto é, o que pode ser verdade para mim, pode não ser para você.
Mas como isto é possível?

Isto acontece porque o que consideramos verdade vai depender, primeiramente, do nosso ponto de vista, depois, da nossa vontade e, por último, do que é conveniente para nós. Em outras palavras, só acreditamos no que queremos acreditar, bem como só vemos o que queremos ver. E assim a humanidade vai caminhando e se iludindo...

Afinal, o que é, de fato, verdadeiro neste mundo?
Creio que, para início de conversa, precisamos saber o significado do vocábulo verdade. Segundo o conceituado dicionário Aurélio – um de meus amigos mais verdadeiros –, verdade é tudo que está em conformidade com o real. É exatidão, franqueza, sinceridade; coisa verdadeira ou certa; a representação fiel de alguma coisa da natureza e, inclusive, caráter.

Se tomarmos como base as diferentes acepções acima, suspeitaremos que a verdade, infelizmente, esteja em extinção. Devido às releituras e aos interesses particulares ou escusos, quase tudo é alterado, perdendo, consequentemente, a exatidão e a fidelidade. Cito como exemplo, a própria história das civilizações, que está repleta de inverdades e deturpações. No convívio social – e até no familiar – nem sempre podemos dizer a verdade para não magoarmos, afrontarmos ou sermos alvos de represálias. Neste caso, onde ficam a franqueza e a sinceridade nas relações pessoais?

Como podemos observar, há sempre uma razão – aceitável ou não – para assumirmos posturas ou optarmos por procedimentos que não privilegiam a verdade. Mas quando o problema da verdade está diretamente relacionado ao caráter é preocupante. Há um grande número de pessoas que faltam com a verdade por hábito, por prazer e por muitos outros motivos que a psicologia pode explicar. Elas estão tão acostumadas, a assim proceder, que mentem de forma deslavada, muitas vezes, subestimando a inteligência das pessoas de seu convívio. Aqui, realmente, temos um problema verdadeiro e que carece de solução.

Deixarei a inferência por sua conta e discernimento, mas vou dar a deixa: se as pessoas fazem o mundo e, em sua maioria e por diferentes motivos, deixam de ser verdadeiras, estaremos todos condenados a viver em um mundo irreal, de fantasias – para não dizer de mentiras! E, por fim, o que podemos fazer para a verdade ser prioridade em nossas vidas?


[1]BAZARIAN, Jacob. O Problema da Verdade


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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnaval


Arte de Selene
CARNAVAL

Algo sem nexo
Folia programada
Onde reinam o sexo
E a alegria forjada.
Dura três dias
E já na quarta-feira
A realidade está à beira
Alô ao trabalho, adeus às orgias.

Juntar as cinzas apagadas,
Guardar as fantasias surradas,
Para a próxima ocasião,

Sarar da bebida
E encarar a vida
É o que resta ao folião.

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que respeito a todos aqueles que apreciam o carnaval e, consequentemente, não comungam com o meu pensar, pois cada um deve dispor de sua liberdade da forma que puder e bem entender - desde que não prejudique ninguém.

Escrevi os versos acima na adolescência. Tinha exatamente l4 anos. Lá vai tempo! De lá para cá, amadureci bastante, reformulei muitos conceitos e superei outros tantos preconceitos. Todavia, em relação ao carnaval, a minha opinião pouco mudou. Entendo e considero a questão cultural e a sua importância na vida de algumas pessoas - principalmente, aquelas que trabalham o ano inteiro para adquirir uma fantasia e viver alguns breves momentos de sonho. Por outro lado, censuro aqueles que abusam da liberdade e da bebida e põem em risco a própria vida e as vidas de outras pessoas. À exceção disto, quem tiver condição e disposição é “só correr para o abraço”... Nada contra! Para mim, carnaval significa tempo livre e cada um deve preenchê-lo a seu bel-prazer.

A título de informação, um pouquinho da história do carnaval para você que me honra com sua visita:

A história do carnaval pode ser dividida em quatro períodos: o Originário (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão ( do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XXI).

O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Contudo, há controvérsias em relação à sua origem. Mas há um ponto no qual todos concordam: esta festa está associada a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais.

Alguns afirmam que o carnaval teve início há dez mil anos antes de Cristo. Naquela época, no período do verão, pessoas mascaradas e pintadas se reuniam para espantar os demônios da má colheita.

Outros dão conta de que o carnaval teve origem nas festas egípcias, que homenageavam a deusa Isis e o Touro Apis, ou nas festas gregas: Lupercais (em honra ao deus Luperco ou Pã, para assegurar a fertilidade) e Saturnais (em honra a Saturno) em celebração à volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza.

O carnaval, que celebramos nos dias de hoje, no Brasil, teve origem no entrudo português, que acontecia antes da Quaresma e tinha um sentido de liberdade, como acontece atualmente. É festejado, tradicionalmente, no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarenta dias que vão da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Páscoa.

No passado, as pessoas jogavam água, ovos e farinha umas nas outras. No presente, ele se caracteriza por divertimentos públicos (troças e blocos de rua, por exemplo), festas, manifestações folclóricas e bailes de máscaras.

Além de Portugal, outros países europeus também promovem o carnaval, entre eles, França (Paris e Nice), Itália (Veneza, Nápoles e Florença) e Alemanha (Munique).

Os carnavais tradicionais tinham, e alguns ainda têm, Maracatu, papangus, Corso, confete, serpentina, água com limão e bisnagas perfumadas (os proibidos lança-perfumes), marchas, carros alegóricos, blocos, bailes, escolas de samba e samba.

Em relação à etimologia, também não há consenso. Há quem defenda que o termo carnaval deriva de Carne vale! (Adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Relação feita com o início da Quaresma – período de reflexão espiritual e de privação de certos alimentos, dentre eles, a carne. Há, ainda, uma outra interpretação: carnaval derivaria de currus navalis - expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Ela baseia-se nas diversões próprias do começo da primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco (com homens e mulheres nus), tanto na Grécia como em Roma.

Além do carnaval tradicional, deste período, alguns estados brasileiros promovem, em épocas diferentes, festas carnavalescas que recebem outras denominações: Micareta (principalmente em Salvador, BA) , Fortal (em Fortaleza, CE), Carnatal (em Natal, RN), Micaroa (João Pessoa, PB), Micarande (em Campina Grande, PB), Carnaval Fest (em Maceió, AL) e o Micarú (em Recife, PE).

Aproveito a oportunidade para desejar um feliz período de carnaval para todos. Que tudo corra bem.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Você vive ou apenas existe?



Imagens: WEB - Montagem: Selene

Viver e existir têm significados bem diferentes. A seguir, tentarei diferenciar ambos. Vamos lá?

Viver é ser.
Existir é estar.
Viver é ser dinâmico e pleno.
Existir é ser estático e restrito.
Viver é buscar a verdade absoluta.
Existir é aceitar meias verdades e/ou mentiras.
Viver é construir a própria vida.
Existir é passar pela vida.
Viver é realizar sonhos e projetos.
Existir é viver de sonhos.
Viver é ser autêntico.
Existir é ser convencional.
Viver é crer que o bem pode superar o mal.
Existir é sequer ter ânimo para a luta.
Viver é expor-se a riscos.
Existir é deixar-se intimidar.
Viver é ampliar horizontes.
Existir é acomodar-se.
Viver é errar, para conhecer-se, e evoluir.
Existir é ser sempre fiel aos ditames, sem questioná-los.
Viver é lutar pelo que se quer.
Existir é permitir que escolham por nós.
Viver é amar intensamente, servir, doar-se.
Existir é contentar-se com migalhas e optar pelo comodismo.
Viver é aproveitar cada momento, como se fosse o último.
Existir é deixar tudo para depois.
Viver é ser reconhecido por seus méritos.
Existir é passar despercebido.
Indubitavelmente, o ideal do ser humano é viver. Ele nasce para isso.
Só não podemos negar que, para viver, é preciso existir. 

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mais uma definição do blog Meu Horizonte - Expressão


Imagem: WEB

É a exteriorização das coisas que redijo
Consequência do que penso,
Fruto do que sinto,
Ensinamentos que compartilho,
Fatos que descubro
De pessoas, lugares e coisas que encontro,
De experiências que vivo,
Algo que almejo

E não consigo,
Esperanças que deposito
E não me previno.
De uma coisa sei:
Expressão é o resultado

Do que aprendo e aprendi.


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domingo, 15 de fevereiro de 2009

TROTES DE FACULDADE: RECEPÇÃO DE BOAS-VINDAS OU TERRORISMO JUVENIL?

Trote solidário. Por que não?
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Hoje, ao ver o resumo dos acontecimentos da semana, no noticiário da TV, o meu primeiro sentimento foi de indignação e a ele seguiram-se os de repúdio, revolta e impotência diante de cenas de selvageria, promovidas por um grupo de alunos veteranos de uma universidade paulista, contra os seus futuros colegas – chamados calouros.

Como é do meu feitio, reagi e resolvi fazer algo que está ao meu alcance: refletir, escrever e induzir o (a) leitor (a) a reflexionar comigo. Peço-lhe, por favor, que acompanhe o meu raciocínio...

Estamos em pleno século XXI, em um mundo globalizado, e é inconcebível que jovens de ensino superior comportem-se como os homens da Idade da Pedra – sem querer ofender esse povo primitivo! E o pior é que o trote violento não se limita à “recepção de boas-vindas”. Há várias denúncias de que essa barbárie se estende às residências universitárias ou repúblicas e, apesar de ser do conhecimento das autoridades, na maioria dos casos, não há vigilância, refreadouro ou punição.

Não entendo como é possível os dirigentes de universidades fazerem vista grossa às verdadeiras sessões de tortura - tanto física quanto psicológica -, humilhações, enfim, uma infinidade de formas de violência às quais alguns veteranos submetem os novos alunos.

Quanta incoerência! Como pode uma instituição, cujo principal objetivo é formar cidadãos íntegros que respeitem e façam valer os direitos humanos, permitir que esses crimes sejam cometidos e, ainda por cima, chamá-los, hipocritamente, de tradição ou brincadeiras? Quantos mais precisam morrer – como Edison Tsung Chi Hsueh – para que sejam tomadas, por quem de direito, medidas enérgicas para combater tais desmandos?

O que se pode esperar de futuros profissionais que não têm respeito pela integridade de seu semelhante?

Para ilustrar esta reflexão, poderia enumerar ou descrever, com riqueza de detalhes, um bom número de exemplos das atrocidades praticadas, mas vou poupá-lo (a), caro (a) leitor (a), por ser chocante e deprimente para qualquer ser humano normal.

Os pais e os mestres dessas pessoas mal-educadas, desumanas e inconsequentes deveriam dar a elas uma atenção e um tratamento especiais com o objetivo de estimulá-las a usar sua criatividade e energia para programar e realizar “trotes do bem” com ações conscientes e produtivas tais como as que acabaram de me vir à mente. Veja:

Por que as universidades não promovem reuniões com seus alunos e professores para ouvir e escolher as melhores propostas para receber os recém-aprovados e assim ter um planejamento e um controle do que será feito?

Por que não substituem o trote violento pelo trote solidário, no qual calouros e veteranos possam competir, pacificamente, para ver quem mais arrecada alimentos e/ou livros e, no final, as universidades distribuiriam prêmios, entre os vencedores, em recompensa pelo seu empenho?

Por que não diligenciar para que se realize um show musical, com os veteranos-artistas ou a contratação de uma banda da preferência da maioria, e recepcionar a todos os novatos com alegria e bons modos para assim fazerem jus à graduação em que se encontram?

Certamente, várias mentes, pensando juntas, teriam idéias bem melhores e mais criativas que estas. Então, por que não fazê-lo?

Felizmente, alguns setores da sociedade estão se mobilizando para coibir os trotes violentos. Em muitas cidades brasileiras, o Ministério Público já começou a agir: foram abertas sindicâncias entre outras medidas. Todavia, ainda é pouco. O corpo social precisa colaborar - orientando os seus filhos - para evitar que eles adotem esse tipo de comportamento desprezível. Todos nós, responsáveis por essa juventude, não devemos nos omitir. Precisamos cobrar dos governantes uma solução – leis mais específicas ajudariam – e a garantia de que esses indivíduos covardes não ficarão impunes e receberão o castigo merecido. Somente desta forma, a alegria de um calouro, pelo seu ingresso em um curso superior, não se converterá em decepção, medo, terror ou morte.



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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ENCANTAR


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Hoje cedo, ao consultar o meu amigo Aurélio em busca do significado de uma palavra incomum, meus olhos pousaram aleatoriamente no termo “encantar”, especificamente, na acepção de “seduzir, cativar, maravilhar, arrebatar”. Então, por um instante, suspendi a minha pesquisa e me pus a refletir sobre as coisas e as pessoas pelas quais já me deixei ou deixaria encantar.

Se me dispusesse a fazer uma lista das coisas que me maravilharam ou maravilham, ela seria bem extensa. Então, irei simplificá-la citando a natureza, pois não me canso de contemplá-la.

Para mim, por exemplo, é impossível ignorar um pôr do sol, no qual o astro-rei sai estrategicamente do meu campo de visão para dar lugar à lua que, tal qual uma rainha, surge soberana seguida por uma corte composta de milhares e milhares de estrelas. Somente alguém insensível ou, no mínimo, distraído não se comove ou se encanta com um espetáculo deste.

A organização hierárquica da cadeia alimentar também é algo que me faz admirar, cada vez mais, a perfeição da Criação. Como não reconhecer esta engenhosidade na qual o mais insignificante e minúsculo ser vivo tem uma função específica e essencial no funcionamento do universo?

As flores, seus matizes e seu perfume seduzem-me sobremaneira. Eu as vejo como uma linda moldura da natureza.

Com seu reflexo azul, o mar provoca sentimentos contraditórios em mim – de enlevo e temor. Sou capaz de permanecer, horas a fio, observando seus movimentos sem me cansar, mas não me atrevo a mergulhar em suas águas.

Com relação às pessoas, de modo geral, elas me cativam e encantam, instantaneamente, pelo bom caráter, pela inteligência, pelo senso de justiça, pela educação no falar, no ouvir e no tratar. Também admiro sua beleza exterior, mas não a supervalorizo ao ponto de me encantar, pois tenho consciência de que a verdadeira e duradoura beleza está na essência e não na aparência.

Inspirada na personagem Pollyana, de Eleanor H. Porter, vou vivendo e procurando ver sempre o lado bom e belo de tudo que me cerca, a fim de viver em harmonia e desfrutar do melhor que a vida possa me oferecer.



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Paz interior

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Somente desfrutamos de paz interior quando:
Somos autênticos e conscientes,
Sabemos o que e quem queremos,
Temos coragem para decidir e assumir o nosso querer,
Abandonamos ou ignoramos tudo quanto nos incomoda,
Arquivamos lembranças que nos machucam
E seguros do que é, realmente, bom para nossas vidas,
Seguimos firmes, e sempre em frente, sem olhar para trás.
E assim, ao cumprirmos, fielmente, o que propomos
Como metas ideais para nossas vidas,
Livramo-nos dos conflitos íntimos
E restabelecemos, naturalmente,
A tranquilidade de nossas almas.
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

O poder do amor


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O amor chega silencioso, manso e tímido, mas não pede permissão. Sem pressa, vai ocupando todos os espaços de quem o abriga. Completamente instalado, revela-se forte, ousado, arrebatador e soberano em relação aos demais sentimentos. Quando atinge a plenitude, ele renova, nos seus abrigadores, a vontade de viver. Sob o seu domínio, eles sonham com o impossível, superam obstáculos, antes considerados intransponíveis, transformam-se no melhor que podem ser, ultrapassam todos os limites e adquirem uma nova visão do mundo. Sob este novo prisma, as pessoas, a natureza, enfim, o universo, tudo parece ter sua beleza e suas cores, generosamente, realçadas.

Apesar de ser o mesmo, o amor cresce um pouco a cada dia. Isto explica a necessidade que os enamorados têm de declarar, incansavelmente, o seu amor. Na verdade, é uma maneira, que eles inconscientemente encontraram, de reiterá-lo e, ao mesmo tempo, "atualizá-lo" em sua dimensão.
O amor é tão poderoso que nem a distância consegue abalá-lo. Muito pelo contrário. Quando veem-se obrigados, por vários e diferentes motivos, a se afastarem, por tempo determinado ou não, os apaixonados constatam o crescimento acelerado deste sentimento, seguramente, potencializado pelo desejo de estarem juntos e não poderem. O fato de não ser submetido à rotina, e a tudo o que a ela se atrela, faz com que o amor livre-se de situações que o agridem em sua essência. Este é também mais um fator positivo e determinante no seu crescimento.

E o que acontece quando o amor é maltratado ou sufocado? Bem, nestes casos, muitos pensam que ele poderá não resistir e morrer diante de agressões e pressões. Pura ilusão! O amor não morre. Ele é eterno. Contudo, ele mudará de endereço. Não tenha dúvida, pois ele não é masoquista. Afinal, quem gosta de maus-tratos?

O amor jamais pede licença para entrar ou para sair. Portanto, cabe às pessoas que amam respeitá-lo e vivê-lo com toda intensidade. Agindo assim, evitarão que ele se mude para ressurgir, e não renascer - já que não morre - em outros corações mais acolhedores.

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