Às 20h07min, deste último domingo de outubro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Levandowski, anunciou quem subirá a rampa do Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, no primeiro dia de 2011, na condição de sucessora do Presidente Lula: Dilma Vana Rousseff. A partir dessa data, iniciará o mandato de quatro anos dessa mineira de nascimento e gaúcha por adoção. Ela será a principal responsável pelos destinos de uma nação de mais de 190 milhões de brasileiros.
É algo inédito, em nossa história, o fato de ela ser a primeira mulher eleita para o mais alto cargo público: presidenta do Brasil. Com mais de 56% dos votos, a candidata petista derrotou o seu adversário: o tucano José Serra, que obteve 44% dos votos válidos.
Para alcançar o posto de mandatária do Brasil, ela percorreu um longo caminho cheio de obstáculos e lutas os quais superou com determinação. Na juventude, permaneceu presa durante três anos (por lutar contra um regime de governo ditatorial e opressor) - entre 1970 e 1972 - e foi submetida à “disciplina da ditadura”. Um recurso, apresentado ao Superior Tribunal Militar, livrou-a da prisão. Em seguida, após morar em São Paulo e no Rio de janeiro, fixou residência em Porto Alegre. Lá ela se casou com o advogado Carlos Araújo, com quem conviveu por trinta anos. Desta união, nasceu Paula, sua única filha. No período que antecedeu ao lançamento oficial de sua candidatura à presidência (2009), eis que surgiu mais um desafio: um câncer no sistema linfático, do qual conseguiu curar-se - segundo ela revelou no mês passado.
Graduada em economia (1977) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Dilma Rousseff trabalhou como secretária da Fazenda e de Minas, Energia e Comunicações (1993-1994 e 1999-2002), foi ministra das Minas e Energia (2003-2005) e chefe da Casa Civil (2005-2010) do Governo Lula.
Em seu primeiro pronunciamento, como presidenta eleita, ela reafirmou seu compromisso de valorizar a mulher, a democracia, a liberdade de imprensa, de religião e de culto e zelar pela nossa Constituição. Tem como metas a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros; a estabilização da economia (manter a inflação sob controle, por exemplo) e preservação das conquistas estabelecidas; qualificação da educação; melhoria nos serviços de saúde e de segurança; combate ao tráfico de drogas e ampliação da assistência às crianças, aos idosos e às pessoas com deficiência; reforma política para renovar os valores republicanos, a fim de que a democracia possa avançar. Por fim, estendeu a mão aos adversários: prometeu fazer um governo de coalizão e garantiu que não irá discriminá-los. Reafirmou que ouvirá o povo brasileiro e pediu a ajuda de todos para realizar uma boa administração.