Hoje, o meu final de tarde foi muito especial.
Atendendo a um convite dos que fazem o Colégio Diocesano Santa Luzia, onze anos depois, retornei ao berço de minha formação profissional.
Jamais esquecerei o dia em que sua coordenadora administrativa, Raimunda Almeida (Tia Mundinha), me admitiu de pronto, sem nenhuma burocracia – modéstia à parte, seu “olho clínico” discerniu que poderia investir em mim. Recordo-me, ainda, da forma como me apresentou à última turma de pré-vestibulandos que funcionou no período noturno (ano de 1988): “Esta moça será a professora de Inglês de vocês. Quero que a tratem muito bem. Olhem lá: o que fizerem a ela, estarão fazendo a mim”. Com uma apresentação dessas, não deu outra: os alunos colaboraram e nos saímos muito bem – eu nas aulas e eles nos exames.
Tia Mundinha, eu e Tia Zélia
Por mais de uma década lecionei no Dió (apelido carinhoso do colégio, comumente usado pelos mais íntimos), onde não só os alunos aprendem, mas também os professores. Posso ilustrar esta afirmação com um flashback que me chega neste momento: eu me vejo, exatamente, no dia em que fui convidada para fazer um programa de rádio – “O Diocesano dá a dica”, que tinha como público-alvo os alunos concluintes pré-vestibulandos. Confesso que tremi na base. Na época, além de extremamente tímida, jamais havia sequer entrado em um estúdio. Ministrar aulas de inglês pelo rádio, ao vivo, eis, pois, o desafio que me foi apresentado. Aceitei. Fui. Consegui. Vale salientar que esta foi apenas uma das muitas oportunidades que o Diocesano me deu para ousar, aprender e crescer como ser humano e profissional.
Ontem, ao receber o convite das mãos da professora Lúcia Câmara, senti uma alegria enorme por haver sido lembrada, reconhecida e homenageada como uma das mulheres que se tornaram sujeitos da história desse tradicional e conceituado estabelecimento de ensino.
Flagrantes das apresentações dos alunos do CDSL durante o evento
A mulher através da história
Você deve estar curioso (a) para saber o que eu fiz de diferente para merecer tal deferência, não mesmo?
É que, já próximo à data do meu pedido de demissão (após um concurso, tive que me afastar do Dió para assumir um cargo na rede pública de ensino), idealizei o carimbo comemorativo dos 100 anos do antigo Colégio dos Padres. Na época, eu era vice-presidente do Clube Filatélico e Numismático Mossoroense e intermediei todo o processo para a confecção e utilização do carimbo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Com esta contribuição, acabei entrando para a história deste colégio como a responsável pelo carimbo do seu centenário (1901-2001).
Carimbo do Centenário do CDSL
Por gentileza, clique na imagem para ampliá-la
Profª. Raimunda Almeida, Pe. Sátiro Cavalcante, eu, Prof. Válter Rebouças e Profª. Lucinha Gurgel
Foto da missa solene de lançamento do Carimbo do Centenário
do Colégio Diocesano Santa Luzia
Este "happy hour" histórico se configurou em mais um marco na minha carreira. Ser homenageada, juntamente com pessoas maravilhosas como Tia Zélia da UNIFAM e Lisonete Scherzinger (conhecida como Irmã Ellen) do Lar da Criança Pobre, foi uma honra e um prazer. São essas “surpresas” que me fazem, cada vez mais, acreditar no ditado que diz: “sempre colhemos o que plantamos”, não importa quanto tempo tenhamos que esperar.
Mulheres homenageadas através do projeto interdisciplinar
MULHERES ONTEM, HOJE E SEMPRE
MULHERES ONTEM, HOJE E SEMPRE
Funcionários do CDSL
Comunidade diocesana (pais e filhos)
Fotos: Josselene Marques e Josy Medeiros
(30.05.2012)