Sala multifuncional para Atendimento Educacional Especializado - a professora especialista Cláudia ensinando
a LIBRAS para aluno com surdez.
Foto: arquivo da Escola Municipal Marineide Pereira Cunha
No decorrer dos últimos cinco anos, observamos que a educação inclusiva, no Brasil, vem avançando e se solidificando consideravelmente. Isto se deve tanto aos investimentos dos governos federal, estaduais e municipais na capacitação de professores, construção de salas multifuncionais e aquisição de materiais quanto às pessoas comprometidas que abraçam esta causa e lutam por uma sociedade na qual as diferenças sejam respeitadas e acolhidas. O ano de 2008 foi, de fato, decisivo com a implantação das políticas públicas, em nível nacional, voltadas para a Educação Especial, ratificação de convenção, criação de decretos e diretrizes normalizando, formalizando e estruturando o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com deficiência.
V Curso de Educação Inclusiva: direito à diversidade (Curso de formação de gestores e educadores, de 27 municípios do RN,
realizado no período de 18 a 22 de maio de 2009 -
Local: Sala Mossoró do Garbos Trade Hotel.)
Foto: arquivo pessoal
A cidade de Mossoró - cujo traço característico é o pioneirismo - aderiu e vem, com o apoio do MEC, fazendo a sua parte. Prova disto foi a realização, nesta penúltima semana de maio, pela Secretaria da Cidadania, sob coordenação da Gerência da Educação, do V Curso de Educação Inclusiva: direito à diversidade (curso de formação de gestores e educadores), do qual tivemos o privilégio de participar.
As professoras especialistas do AEE: Cláudia, Jaciara, Josselene e a psicanalista com graduação em psicologia
Cristina Abranches Mota Batista
(Superintendente da APAE de Contagem/MG)
Foto: Rosely
Iniciamos, no dia 18, com a psicóloga Cristina Abranches Mota Batista (Superintendente da APAE-Contagem-MG). Em sua conferência, quando ela proferiu, com ênfase e segurança, a frase: “Todo ser humano aprende” lançou por terra todos os preconceitos que, por ventura, ainda alimentássemos em relação à aprendizagem de pessoas com deficiência, e nos motivou a investirmos em todos os alunos, sem exceção.
Eu e o professor Romeu Kazumi Sassaki(especialista em inclusão social da pessoa deficiente, autor de vários livros, consultor e professor em cursos de
capacitação de recursos humanos entre tantos outros trabalhos.)
Foto: Selma Bedaque
No dia 19, o professor Romeu Kazumi Sassaki reforçou e complementou o que nos foi ensinado, pela primeira conferencista, ao nos garantir que “Todos poderão aprender se acolhermos os estilos individuais de aprendizagem e as inteligências múltiplas”. Ainda segundo ele, "os sistemas gerais devem adequar-se às pessoas com deficiência e não o inverso".
Eu e a doutora, em Educação, uruguaia Susana Graciela Pérez Barrera Pérez (Presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação,
do qual também foi fundadora)
Foto: Jaciara
No dia 20, a doutora Susana Graciela Pérez Barrera Pérez nos fez reflexionar sobre as graves consequências de negarmos oportunidades às pessoas com deficiências. Ela ainda nos deixou a frase: “Utopia é tudo aquilo que não conseguimos fazer”.
Eu e a pedagoga e especialista em inclusão Selma Andrade de Paula Bedaque
(Coordenadora da Educação Especial - GEED -
responsável pela implantação do AEE em Mossoró)
Foto: Rosely
No dia 21, a Coordenadora da Educação Especial – GEED - Mossoró, Selma Andrade de Paula Bedaque fez um relato esclarecedor das “Idas e vindas do movimento inclusivo no Polo Mossoró”. Ela é a responsável pela implantação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), nesta cidade, e tem mobilizado, durante todos esses anos, um grande número de pessoas e recursos que modificaram, completamente, o ensino público da rede municipal e a vida de muitas pessoas com deficiência desta região.
A turma do AEE/Mossoró: professores especialistas Vera, Selma, Josselene, João Neto, Aldenize,
Rosely, Jaciara, Sandra, Cláudia e Graça
Foto: arquivo pessoal
Em Mossoró, constatamos que, a cada dia, se multiplica o número de pessoas engajadas neste movimento. Ainda que não seja o número ideal, certamente e neste ritmo, ele será atingido. Já existem muitas pessoas falando “a mesma língua” e isto nos faz vislumbrar a escola, verdadeiramente, inclusiva que tanto queremos.
Eu lendo uma crônica reflexiva
no encerramento do evento.
Foto: arquivo pessoal
No dia 22, após escutarmos relatos de experiências inclusivas, retornamos aos nossos lares trazendo conosco algumas dúvidas – é verdade. Contudo, são exatamente essas dúvidas que nos impulsionarão a buscarmos, pesquisarmos, nos mobilizarmos para encontrarmos caminhos e/ou soluções para os desafios da inclusão. A luta não é fácil. Os obstáculos são muitos – não podemos negar. Concluímos que, por enquanto, o Atendimento Educacional Especializado (modalidade de ensino destinada às pessoas com surdez, deficiência física, deficiência intelectual e deficiência visual que suplementa ou complementa o ensino regular) é a melhor forma de incluirmos todos os alunos. Todavia, sonhamos com o dia em que a educação no Brasil atingirá o nível ideal de qualidade. Quando isso acontecer, o AEE não será mais necessário, como já acontece, por exemplo, no Canadá. Naquele país, o ensino regular é suficiente e eficiente para atender a todos os alunos, com deficiência ou não.
Enquanto esse dia não chega, mãos à obra!
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