quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um exemplo de fé

Seu Antonio no Dia da Padroeira do Brasil
Foto: Josselene Marques




No início desta tarde, em pleno feriado da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, o ruído do motor de um caminhão, estacionando em frente à minha casa, chamou-me a atenção. Fui certificar-me se, realmente, tratava-se de uma esperada encomenda, que chegaria por intermédio de uma transportadora. Eu estava certa. O pedido chegara. Até aqui, nada de extraordinário, não é mesmo?


Para mim, seria apenas mais um simples recebimento de produtos, se não fosse por um detalhe: enquanto realizava o seu trabalho, o senhor Antonio, um caminhoneiro sulista, contou-me como perdera a sua mãe. Há poucos meses, quando ele estava completando mais uma rota, sua esposa lhe telefonou pedindo que retornasse, o mais breve possível, pois sua genitora queria vê-lo. Então, como um bom filho, apressou-se em atendê-la. No menor espaço de tempo possível, fez o percurso que o levou ao local onde ela residia. Lá chegando, após procurar por Dona Olga em seu quarto e não mais encontrá-la, foi informado, por seus cuidadores, de seu falecimento. Logo em seguida, foi levado até a sua presença. Segundo ele, ela estava serena e parecia dormir. Precisou fazer um esforço mental para acreditar na sua morte.


Fez uma retrospectiva... Sem dúvida, a missão terrena dessa senhora não fora fácil. Passara por muitas provações e trabalhara duro, por muito tempo, como cozinheira. Apesar das dificuldades, vivia de bem com a vida, pois sua fé era inabalável - uma de suas características marcantes. Tinha o hábito de fazer orações várias vezes por dia. Além de crer em Deus, também venerava vários santos católicos e possuía uma considerável coleção de imagens. Em suas conversas com o Altíssimo, costumava interceder por seus descendentes e pela humanidade como um todo.


Cheguei a emocionar-me quando o seu filho me falou sobre os últimos minutos dela. No dia de sua partida, ela amanhecera perguntando e chamando, com bastante insistência, por seus pais, já falecidos há muitos anos. Em resposta aos seus questionamentos e pertinazes chamados, um jovem – um dos responsáveis por ela – disse: “Nossa Senhora Aparecida veio buscar a senhora.” Nem ele, quando interpelado, soube explicar o porquê de haver pronunciado tal frase. Esta, inexplicavelmente, saiu de seus lábios, sem que ele a formulasse... E, agora, você consegue imaginar qual a reação de Dona Olga? Foi singular: ela simplesmente uniu as mãos, entrelaçando os dedos, e colocou-as sobre o abdome. Em seguida, fechou os olhos e, sem dizer uma palavra, partiu, aos 101 anos. Lamentavelmente, seu filho não chegou a tempo de despedir-se. Para os médicos, ela teve um infarto fulminante.


Neste dia especial para os católicos, Seu Antonio não me deixou apenas mais uma encomenda. Juntamente com ela, ele trouxe um exemplo de fé: tal qual Maria, quando visitada pelo Anjo, Dona Olga não vacilou. De forma imediata e sem questionar, aceitou o chamado e foi juntar-se a seres mais evoluídos em uma das moradas do nosso Pai. Que Deus a tenha!


Para saber sobre a história dessa devoção, recomendo que acesse um excelente blog: o Fé e Vida .



2 comentários:

Anônimo disse...

Interessante! Eu, particularmente, dou muito valor a profissão de caminhoneiro. Meu pai foi. Eu, por um determinado tempo, também. E eles têm essa "obrigação" de entregar a sua carga. E a mãe dele, hem?
Que senhora de fé! Histórias como essa, Josselene, me faz crer na vida eterna e nos santos que adoramos.
Abraço,s
Raí

Thelma Elita disse...

que lindo... fiquei emocionada!!! Um exemplo lindo e forte do que é a fé..

Nossa Senhora, rogai por nós!!!!

PS.: lembrei-me da vozinha de Marcelo que se encontra, neste exato momento, no leito da UTI... esperando a visita de Nossa Senhora, para partir também!!!