sábado, 6 de junho de 2009

Antonio Francisco: um imortal simples

Capa: Rick Waekman
Foto: digitalização
Ontem, tive o prazer de comparecer ao lançamento do livro “Sete contos de Maria” do poeta e cordelista Antonio Francisco, na livraria Siciliano, no West Shopping, em Mossoró.

Foi um privilégio ouvi-lo recitar seus lindos versos com a desenvoltura e o bom humor que lhe são peculiares. E, mais uma vez, tive a oportunidade de considerar com pasmo a sua memória prodigiosa.
A obra é o resultado da aprovação, em um concurso, de mais dez de seus cordéis reunidos. Refiro-me ao Projeto Rota Batida, da Coleção Mossoroense em parceria com a Petrobras.

Acabei de lê-lo há poucos minutos. Livro bom. Gostoso de ler. Repleto da magia das imagens poéticas e de reflexões. O poeta inicia com o cordel Escrever é sonhar” – a mais poética definição, que já li, para o ato de escrever. A seguir, em “Depois do sétimo jarro”, ele manda um recado especial para o “poeta que pisa no pé do irmão”. Nos cordéis “O Convite” e “Do Chão Potiguar”, o exímio cordelista descreve as magníficas paisagens potiguares, os habitantes, a cultura e a bravura deste povo nordestino. Já em “Doce loucura” e “A saga de um prefeito e o Bando de Lampião”, ele narra a história de dois prefeitos: um fictício e outro real. Nos cordéis “Ninguém consegue sozinho” e “Um ilustre convidado”, ele trata da relação desrespeitosa do homem com a natureza, fruto da ignorância, ganância e vaidade. Em “A sorte do preguiçoso e o peixinho encantado” temos uma história envolvente com final feliz bem aos moldes dos contos de fadas. E por falar em fadas, o remate feliz do livro é feito com o cordel que deu nome à obra: “Sete contos de Maria” no qual o poeta conta histórias de uma cidade na Lua, onde existe uma bela mulher que encanta as pessoas. Foi o que mais gostei pelas lindas imagens descritas e pela “afinidade” que tenho com este satélite. Durante a sua leitura, foi impossível não me transportar para esse extraordinário mundo imaginário.

“Sete contos de Maria” já é o quarto livro deste magnífico poeta, cordelista, xilógrafo e compositor mossoroense. Os nomes dos três primeiros livros são: “Dez cordéis num cordel só” (leitura obrigatória no vestibular da UERN), “Por motivos de versos” (edição esgotada) e “Veredas de sonhos”.

Antonio Francisco é uma pessoa ímpar que tem o poder de seduzir a todos não só com seus versos inteligentes, mas também com seu jeito simples, espontâneo e franco de ser. Particularmente, o que mais me causa admiração é o fato de ele, apesar do sucesso de seus escritos, das edições literárias esgotadas, da fama e de ocupar a Cadeira nº. 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – que foi de Patativa do Assaré - não se deixou corromper ou contaminar pela vaidade ou soberba. Muito pelo contrário: quanto mais é evidenciada a sua importância no cenário cultural, mais aumenta a sua humildade – comportamento digno dos sábios e nobres de coração.

Por fim, aproveito a oportunidade para parabenizá-lo, mais uma vez, por mais essa “cria” e faço votos que, igualmente ao poeta, os seus versos também sejam imortais e jamais esquecidos.


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4 comentários:

baladas mp3 disse...

Como vocè disse "Versos inmortais", sin dudas serà asì amiga, porque la humildad es la madre de los talentos...
He visto aquì, como siempre en èste hermoso blog palabras como "humildad", "amor",solidaridad"..y muchas màs.
Yo doy gracias por dejarme conocer tu inteligente forma de abordar temas y reflexiones que muchos pasan por alto, gracias amiga por dejarme saber que mientras muchos sòlo ven su ombligo, hay otras personas como vos que rescatan lo positivo que hacen los demàs..
Gracias Jossi, valorable como siempre tu don de "buena persona".
Beto.

A R Gurgel disse...

Selene, eu também estive lá, pena que não vi você. Foi muito bom reencontrar Antonio Francisco, rir com seu jeito simples e humano de ser. Abraços. Ângela R Gurgel

Anônimo disse...

Selene, tive a oportunidade de ler o mais novo livro de Antonio Francisco. Muito bom. E você fez uma bela homenagem ao poeta que é assim como você descreveu: humilde.
Beijos!
Rodin

Josselene Marques disse...

Beto:

Fico muito feliz que pessoas sensíveis como você entendam a proposta deste blog. Adoro reflexionar, buscar explicações e soluções para as coisas que julgo injustas ou erradas. Não sou a dona da verdade, não tenho o poder de consertar o mundo, mas uma coisa posso fazer: a minha parte.

Obrigada pela sua companhia constante. É um estímulo para que eu pense e escreva cada vez mais.

Abraço fraterno!

Volte sempre!


Àngela:

Maravilhosa poetisa! Que prazer recebê-la!
Realmente, eu me atrasei por causa do show de Peninha.
No dia 20.06.09 estaremos dividindo
a alegria do lançamento do seu livro. Até lá, amiga!

Volte sempre que quiser e puder.

Rodin:

Antonio Francisco é realmente uma pessoa ímpar e especial. Aqui em casa, nós o consideramos um amigo da família e sabemos que é recíproco.

Volte sempre, amigo!