Os primeiros raios de sol iluminavam aquele paraíso natural enquanto uma jovem mulher caminhava solitária pela extensão da praia. À sua direita, a imensidão do mar. À sua esquerda, ainda fechados, alguns casebres de pescadores. Todos dormiam enquanto ela sonhava acordada. À sua frente, o desconhecido, o imprevisível – quiçá -, a realização de seus sonhos. Atrás de si, luta, êxito, reconhecimento, renúncia, alegria, tristeza, lembrança e saudade...
Com os pés descalços, absorvia a energia que emanava do solo arenoso e úmido e liberava a sua, enquanto vencia cada palmo de terra. Apreciava aquele contato, aquela troca. Parecia flutuar perdida em seus pensamentos. Vestia azul, azul da cor do mar. Sua pele clara reagia à exposição solar, tornando-se rosada. Com um movimento suave, prendeu os cabelos revoltos pelo vento.
Deliciava-se com o aroma e a cadência das ondas daquele gigante poderoso. Estava de bem consigo e com o mundo. Desfrutava, portanto, de um estado de paz interior. Sentia um prazer enorme em estar ali. E, assim, absorta, não percebeu a surpresa que lhe fora reservada: um presente do destino com a conivência do mar. Eis senão quando, uma espécie de ímã atraiu seu olhar para um ponto no horizonte. Como que por encanto, ela viu materializar-se uma embarcação. Esta se aproximava da orla a uma velocidade impressionante...
Alguns segundos depois, quando ela já se encontrava a uma curta distância, a agraciada pôde avistar o seu comandante. Não havia dúvida! Ele era, exatamente, a personificação do seu ideal de amor. Nesse instante, seu coração acelerou, a respiração se tornou ofegante, seus olhos brilharam e as palavras fugiram. A passos firmes, o seu sonho avançou em sua direção. Encararam-se. Reconheceram-se. Conversaram através do olhar e concluíram: estavam predestinados. A partir daquele instante, a sós, decidiram que não mais permaneceriam sós. Resolveram seguir juntos pela estrada da vida.
Copyright © 2009 – Josselene Marques
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2 comentários:
Excelente texto, Josselene! Um misto de prosa poética e conto. O enredo conciso não tirou o brilho da imaginação de quem o lê. Uma verdadeira narrativa minimalista. Parabéns!
Abraço,s
Raí
Raí:
Seus comentários me motivam a escrever mais.
Obrigada por estar sempre aí.
Volte sempre.
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