quinta-feira, 30 de setembro de 2010

30 DE SETEMBRO: 127 ANOS DE LIBERDADE

A liberdade de ser,sentir e agir
Imagem do Google


Hoje, a cidade de Mossoró comemora os 127 anos da libertação - antecipada em relação ao restante do país - de seus escravos.
Este feriado me proporciona tempo e inspiração para escrever. Eis, abaixo, o que a minha alma e o meu coração libertos têm a lhe dizer caro (a) visitante:

Alma e coração libertos

O sonho amanheceu com a madrugada
E inundou a minha vida de poesia...
Livre da rotina agitada,
Sem compromissos,
Sem horários a cumprir,
Sem a costumeira pressa,
Levanto-me e, pela janela,
Testemunho o espetáculo do raiar do dia.
Ao observar essa cena comum,
- Mas, nem por isso, menos especial -,
Percebo que, raramente,
Tenho disponibilidade para tal.
Saio em busca do mar...

Do infinito do meu ponto de partida,
Sigo semeando meus próprios passos...
Caminho pela orla de um verde profundo...
Aspiro, com delícia, o cheiro da maresia.
O contato com a água morna do mar
Beijando a areia e lavando os meus pés,
O lapidar das pedras pelas ondas espumantes
Produzindo uma cadenciada melodia,
A brisa suave desalinhando os meus cabelos,
Causando arrepios em minha pele
E, ainda, o azul celeste decorado de branco...
Tudo isso, por junto, praz-me sobremaneira.
Sinto a alma liberta e leve...

De repente, vejo gaivotas no céu...
Trago à ideia um desejo inato:
Adoraria com elas poder voar
E matar a saudade que exora em meu peito.
Então, reflito: para que serve o pensamento?
Por instantes, saio de meu comedido existir...
Sem nexo, sem censura e sem sofrimento,
Na velocidade do pensar, liberto o meu querer...
Na lucidez da felicidade, mitigo desejos alados,
A alma está limpa, livre de ideias preconcebidas ou impostas.
Igualmente desimpedido, o coração vibra
Repleto de amor por ti, pela vida, pelo mundo...

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Um comentário:

Anônimo disse...

Igual ao canto de liberdade que Mossoró deu em prol de seus escravos, aqui, na poesia, a autora se entrega ao delírios do amor, despojando-se do véu real que o preconceito impõe. Ser livre e amar é uma busca que fazemos sempre, sem tréguas.
Abraço,s
Raí