segunda-feira, 15 de novembro de 2010

121 anos da Proclamação da República

Proclamação da República,
um golpe liderado por militares.
Imagem: Google

Neste feriado nacional comemoramos os 121 da Proclamação da República Federativa do Brasil. O Marechal Deodoro da Fonseca foi o grande executor dessa mudança política que ocorreu em 15.11.1889.

O sistema monárquico do governo já não tinha apoio da Igreja, nem dos militares, das lideranças civis e nem dos antigos senhores de escravos; isto é, não mais possuía base de sustentação política. Mesmo assumindo uma posição conciliadora, o Imperador Dom Pedro II não conseguia atender aos interesses dos diferentes grupos sociais do país. A ascensão da ordem republicana, no Brasil, perpassou por uma série de transformações cuja culminância foi a chegada dos militares ao poder.

Em si, o ato da proclamação da república foi pacífico, sem guerra ou derramamento de sangue. O republicano José do Patrocínio foi o responsável por sua oficialização.

Uma das primeiras medidas tomadas pelo novo governo foi determinar a criação de símbolos significativos que representassem a proclamação do regime republicano brasileiro. Um decreto, de janeiro de 1890, oficializou a composição de Medeiros e Albuquerque (letra) e Leopoldo Miguez (música) como Hino de Proclamação da República. Como ele é muito pouco conhecido e utilizado em solenidades oficiais, eu o publico neste espaço como uma humilde contribuição para resgatá-lo.

Logo abaixo, a letra e o link do vídeo do referido hino.


Hino da Proclamação da República

Música: Leopoldo Augusto Miguez (1850/1902)
Letra: José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (1867/1934)

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto
rebel que o passado
Vem
remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo
porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro
lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha,
ovante , da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso
pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos
transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as
púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos
louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


Conotação de algumas palavras/expressões neste contexto:

Torpes labéus: repugnantes desonras
Lampejo: clarão
Louçãos: vistosos
Ovante: vitoriante
Pálio: manto
Pendão: bandeira
Porvir: tempo futuro
Púrpuras: vermelho-escuras
Rebel: revoltoso
Remir: redimir
Transes supremos: momentos decisivos

Fonte: http://www.brasilescola.com/historiab/hinodaproclamacaodarepublica.htm


Se desejar escutá-lo, acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=nJfKSfqiPqA&feature=player_embedded

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom. Muito bom, Josselene. Confesso que já não me lembrava desse Hino. Blog de Selene é informação, cultura e tradição.
Abraço,s
Raí