quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Qual é o sentido da vida?

Carla Bruni e Owen Wilson em cena de "Meia-noite em Paris"
Google Images

QUAL É O SENTIDO DA VIDA?
Copyright 2011 © Josselene Marques

Ontem, caminhando pelo Centro de Mossoró, reencontrei um dos meus queridos mestres. Após dar-me um bom-dia sonoro e caloroso, de supetão, ele me pediu que respondesse a uma pergunta, rapidamente e sem pensar. A questão era a seguinte: “Qual é o sentido da vida? ”

Conforme me foi solicitado, imediatamente, respondi: “Viver”. Em princípio, apesar de lógica, uma resposta lacônica e nada original. Na verdade, o que eu quis dizer com “viver”?

Os anos de experiência me ensinaram que viver é tentar encontrar o equilíbrio entre desejos, crenças, paixões, regras, possibilidades e as condições reais – base para as escolhas, de forma a conviver harmonicamente em meio à coletividade. Sobretudo, viver é estar em sintonia com o transcendental e a ordem do cosmo. É, também, ter fé nesse ser superior capaz de justificar e amenizar os sacrifícios e dissabores terrenos, pelos quais costumamos passar. É ter esperança de contornar/vencer a maior parte dos obstáculos para libertar a felicidade que vive reclusa dentro de nós, muitas vezes acuada e bombardeada pelos entraves, pelas frustrações do cotidiano, pela falta de disposição/iniciativa e pelo medo. Viver não é só amar, pois, mesmo sendo essencial, o amor não é tudo. Viver também não é só acumular bens materiais ou desfrutar deles, pois quem faz essa opção, geralmente, leva uma vida vazia – embora confortável, cheia de prazeres e privilégios.

Seguramente, o sentido da vida não está nos valores transitórios – é pura ilusão acreditarmos nisso. Viver é, ainda, conscientizarmo-nos de que estamos neste planeta para servir (e não para sermos explorados), compartilhar os nossos dons em reciprocidade.

Sinceramente, não sei o que o sábio professor achou da minha resposta. Como ambos tínhamos pressa, não havia mais tempo para continuarmos o nosso colóquio; então, despedimo-nos.


À medida que fazia o percurso de volta para casa, constatei que, ao fazer essa indagação, ele me deu a chance de repensar minhas escolhas, ações e, de fato, ter bem claro, em minha mente, qual é o sentido da vida, a esta altura da minha existência. Obrigada, mestre, por esta oportunidade.

3 comentários:

Alcivan Pinheiro disse...

Atendendo a um convite de visitá-la, percebi o quanto perdi com a demora ao sentir esse prazer imenso de desfrutar dos seus pensamentos e em deixar-lhes meus mais sinceros elogios dedicados a esta escritora maravilhosa. Voce continua linda, graciosa, e sobretudo filósofa.

Beijos...

Anônimo disse...

Josselene adoro ser sua aluna, aprendo cada dia mais com você, seus ensinamentos levo para minha vida. Obrigada por você ser minha professora.
Rsicleide

Anônimo disse...

Fico imaginando Sócrates - lá na Antiga Grécia - fazendo essas perguntas para os homens no mercado e nas ruas de Atenas. Como você mesma disse, somos lacônicos quando nos pegam de surpresa. Depois, claro, raciocinamos e estendemos (o que é uma maravilha!) o nosso raciocínio para a amplidão que ele merece. Aqui, uma aula de como o pensar, sobre uma grande interrogação da humanidade, gera inequívocas respostas para a materialidade das coisas. Fazer como você fez, mesclando o material com o espiritual, sabendo que, para todas as coisas existe uma linha demarcatória, é mostrar-se plena em suas convicções e conceitos. O sentido da vida está, portanto, em saber como viver. Saber que a vida é para ser vivida, mas que ela cobra, enquanto matéria, os nossos exageros; é saber que a vida é para ser devotada, não só para as coisas materiais, mortais, mas para se entender que existe, dentre de nós, algo superior, que nos rege e nos ensina a ter o equilíbrio necessário para buscar no divino, o propósito de uma vida feliz.
Abraço,s
Raí