Carla Bruni e Owen Wilson em cena de "Meia-noite em
Paris"
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QUAL É O SENTIDO DA VIDA?
Copyright 2011 © Josselene Marques
Ontem, caminhando pelo Centro de
Mossoró, reencontrei um dos meus queridos mestres. Após dar-me um bom-dia
sonoro e caloroso, de supetão, ele me pediu que respondesse a uma pergunta,
rapidamente e sem pensar. A questão era a seguinte: “Qual é o sentido da vida?
”
Conforme me foi solicitado,
imediatamente, respondi: “Viver”. Em princípio, apesar de lógica, uma resposta
lacônica e nada original. Na verdade, o que eu quis dizer com “viver”?
Os anos de experiência me
ensinaram que viver é tentar encontrar o equilíbrio entre desejos, crenças,
paixões, regras, possibilidades e as condições reais – base para as escolhas,
de forma a conviver harmonicamente em meio à coletividade. Sobretudo, viver é
estar em sintonia com o transcendental e a ordem do cosmo. É, também, ter fé
nesse ser superior capaz de justificar e amenizar os sacrifícios e dissabores
terrenos, pelos quais costumamos passar. É ter esperança de contornar/vencer a
maior parte dos obstáculos para libertar a felicidade que vive reclusa dentro
de nós, muitas vezes acuada e bombardeada pelos entraves, pelas frustrações do
cotidiano, pela falta de disposição/iniciativa e pelo medo. Viver não é só
amar, pois, mesmo sendo essencial, o amor não é tudo. Viver também não é só
acumular bens materiais ou desfrutar deles, pois quem faz essa opção,
geralmente, leva uma vida vazia – embora confortável, cheia de prazeres e
privilégios.
Seguramente, o sentido da vida
não está nos valores transitórios – é pura ilusão acreditarmos nisso. Viver é,
ainda, conscientizarmo-nos de que estamos neste planeta para servir (e não para
sermos explorados), compartilhar os nossos dons em reciprocidade.
Sinceramente, não sei o que o
sábio professor achou da minha resposta. Como ambos tínhamos pressa, não havia
mais tempo para continuarmos o nosso colóquio; então, despedimo-nos.
À medida que fazia o percurso de
volta para casa, constatei que, ao fazer essa indagação, ele me deu a chance de
repensar minhas escolhas, ações e, de fato, ter bem claro, em minha mente, qual
é o sentido da vida, a esta altura da minha existência. Obrigada, mestre, por
esta oportunidade.
3 comentários:
Atendendo a um convite de visitá-la, percebi o quanto perdi com a demora ao sentir esse prazer imenso de desfrutar dos seus pensamentos e em deixar-lhes meus mais sinceros elogios dedicados a esta escritora maravilhosa. Voce continua linda, graciosa, e sobretudo filósofa.
Beijos...
Josselene adoro ser sua aluna, aprendo cada dia mais com você, seus ensinamentos levo para minha vida. Obrigada por você ser minha professora.
Rsicleide
Fico imaginando Sócrates - lá na Antiga Grécia - fazendo essas perguntas para os homens no mercado e nas ruas de Atenas. Como você mesma disse, somos lacônicos quando nos pegam de surpresa. Depois, claro, raciocinamos e estendemos (o que é uma maravilha!) o nosso raciocínio para a amplidão que ele merece. Aqui, uma aula de como o pensar, sobre uma grande interrogação da humanidade, gera inequívocas respostas para a materialidade das coisas. Fazer como você fez, mesclando o material com o espiritual, sabendo que, para todas as coisas existe uma linha demarcatória, é mostrar-se plena em suas convicções e conceitos. O sentido da vida está, portanto, em saber como viver. Saber que a vida é para ser vivida, mas que ela cobra, enquanto matéria, os nossos exageros; é saber que a vida é para ser devotada, não só para as coisas materiais, mortais, mas para se entender que existe, dentre de nós, algo superior, que nos rege e nos ensina a ter o equilíbrio necessário para buscar no divino, o propósito de uma vida feliz.
Abraço,s
Raí
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