CONVIVENDO COM A FRUSTRAÇÃO
Por Josselene
Marques
Dos estados de tensão,
predominantemente existenciais, com os quais somos obrigados a conviver, o de
frustração é um dos mais difíceis de administrar. Isso acontece porque
esquecemos que o mundo não gira, exclusivamente, de acordo com a nossa vontade.
Ele é democrático e leva em conta um contexto bem mais abrangente, isto é, o
que é melhor para um grupo ou para todos e não para uma só pessoa. É nessa hora
que surge este sentimento de desgosto capaz de alterar profunda e negativamente
nosso estado de espírito. Inclusive, ele contribui para
liberação de adrenalina e outros hormônios que podem gerar comportamentos
impulsivos e agressivos.
A frustração
desencadeia-se em momentos bem perceptíveis e numa gradação: primeiramente vem
o susto provocado pelo fato, seguido da sua não aceitação, da revolta e da
depressão. Se a pessoa foi educada com limites e/ou é emocionalmente madura
ocorrem os últimos momentos que são a recuperação do bom senso e do bem-estar.
Ilustrando a minha reflexão, sugiro que você tente imaginar alguém que se
preparou para participar de determinado evento e, inesperadamente, algo acontece
e essa pessoa é privada de viver o que foi agendado e, ansiosamente, esperado.
Não é nada fácil de aceitar – você há de convir comigo. E ainda mais hoje em
dia em que muitos vivem sob o jugo do estresse que lhes impossibilita
enfrentar, com equilíbrio, situações que contrariem seu excesso de
expectativas.
Todavia, faz-se
necessário nos conscientizarmos de que a arma para combater a frustração está
dentro de nós e não depende de terceiros. Precisamos reconhecer nossas
limitações, ajustar nossas expectativas, aprender com os erros e a aceitar as
coisas inevitáveis ou que não podemos mudar a fim de que esse comportamento “imaturo”
não prejudique nossos relacionamentos, nossa vida e, principalmente, a nossa
saúde mental.
Copyright © 2008 Josselene Marques
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