Dona Cristina acena em nossa última viagem juntas.Foto: arquivo pessoal
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A morte é inevitável, pois faz parte da vida. Todos nós, ao longo da existência, precisamos aprender a aceitá-la - embora não seja uma tarefa fácil. Toda e qualquer perda é difícil de superar, mas nenhuma delas é tão dolorosa quanto a morte de uma mãe. Ela provoca um vazio irreparável, afinal, é impossível substituir o ser que nos gerou, alimentou, protegeu e educou.
Por mais que sejamos maduros, esclarecidos e auto-suficientes, não estamos preparados para ficarmos órfãos. É terrível imaginar que jamais veremos aquela pessoa novamente.
No domingo passado, recebi com tristeza a notícia do falecimento de uma amiga e antiga companheira de caminhada: Maria Cristina dos Santos.
Conheci Dona Cristina na Estação das Artes. Por vários meses fizemos nossas atividades físicas naquele local. A princípio, ela me chamou a atenção porque sempre caminhava sozinha, como eu. A nossa aproximação aconteceu de modo natural. Conversávamos bastante e acabamos descobrindo que alguns membros de nossas famílias tinham laços de amizade. A partir daí, também, nos tornamos amigas. Chegamos até a viajar juntas em excursões de turismo religioso. Eu admirava, principalmente, o seu amor pela vida e o orgulho, que demonstrava sentir, ao referir-se aos filhos que Deus lhe deu. Era um privilégio escutar os seus ensinamentos e sábios conselhos, embasados em sete décadas de experiência. Seu alto astral, sua simpatia, sua firmeza de caráter e a sua franqueza no trato com as pessoas – coisa rara em um mundo no qual a hipocrisia e a falsidade imperam – eram invejáveis.
Fui velar seu corpo, mas não tive coragem de me despedir. Fiquei, a uma pequena distância, apenas contemplando o seu último leito e orando por sua alma.
Na volta para casa, vinha refletindo e lembrando que, quando as pessoas amadas partem, na verdade, somente nos privamos de sua presença física. Creio que o espírito permanece vivo, para sempre, a interceder por nós. As recordações dos momentos compartilhados continuarão existindo, cada vez mais fortes, pois elas estão gravadas nas mentes de todas as pessoas com as quais nos relacionamos. Nossos entes queridos, certamente, já incorporaram nossos preceitos. Neste caso específico, por exemplo, haverá situações em que os filhos dirão: se mamãe estivesse aqui agiria assim... Ou diria tal coisa... Isto acontecerá, naturalmente, porque eles já identificaram e aprenderam os princípios morais e éticos que ninguém melhor que uma mãe é capaz de ensinar.
Portanto, a minha amiga não será uma simples lembrança, pois está dentro de cada um de nós, que tivemos o prazer de conhecê-la ou de conviver com ela. Embora o desconhecimento do mistério transcendental da morte nos impeça de aceitar, facilmente, uma perda desta envergadura, a fé nos dá forças para, paulatinamente, irmos reconhecendo que a vida é uma passagem curta e, por isso mesmo, deve ser vivida como Dona Cristina viveu: intensamente.
Por mais que sejamos maduros, esclarecidos e auto-suficientes, não estamos preparados para ficarmos órfãos. É terrível imaginar que jamais veremos aquela pessoa novamente.
No domingo passado, recebi com tristeza a notícia do falecimento de uma amiga e antiga companheira de caminhada: Maria Cristina dos Santos.
Conheci Dona Cristina na Estação das Artes. Por vários meses fizemos nossas atividades físicas naquele local. A princípio, ela me chamou a atenção porque sempre caminhava sozinha, como eu. A nossa aproximação aconteceu de modo natural. Conversávamos bastante e acabamos descobrindo que alguns membros de nossas famílias tinham laços de amizade. A partir daí, também, nos tornamos amigas. Chegamos até a viajar juntas em excursões de turismo religioso. Eu admirava, principalmente, o seu amor pela vida e o orgulho, que demonstrava sentir, ao referir-se aos filhos que Deus lhe deu. Era um privilégio escutar os seus ensinamentos e sábios conselhos, embasados em sete décadas de experiência. Seu alto astral, sua simpatia, sua firmeza de caráter e a sua franqueza no trato com as pessoas – coisa rara em um mundo no qual a hipocrisia e a falsidade imperam – eram invejáveis.
Fui velar seu corpo, mas não tive coragem de me despedir. Fiquei, a uma pequena distância, apenas contemplando o seu último leito e orando por sua alma.
Na volta para casa, vinha refletindo e lembrando que, quando as pessoas amadas partem, na verdade, somente nos privamos de sua presença física. Creio que o espírito permanece vivo, para sempre, a interceder por nós. As recordações dos momentos compartilhados continuarão existindo, cada vez mais fortes, pois elas estão gravadas nas mentes de todas as pessoas com as quais nos relacionamos. Nossos entes queridos, certamente, já incorporaram nossos preceitos. Neste caso específico, por exemplo, haverá situações em que os filhos dirão: se mamãe estivesse aqui agiria assim... Ou diria tal coisa... Isto acontecerá, naturalmente, porque eles já identificaram e aprenderam os princípios morais e éticos que ninguém melhor que uma mãe é capaz de ensinar.
Portanto, a minha amiga não será uma simples lembrança, pois está dentro de cada um de nós, que tivemos o prazer de conhecê-la ou de conviver com ela. Embora o desconhecimento do mistério transcendental da morte nos impeça de aceitar, facilmente, uma perda desta envergadura, a fé nos dá forças para, paulatinamente, irmos reconhecendo que a vida é uma passagem curta e, por isso mesmo, deve ser vivida como Dona Cristina viveu: intensamente.
Copyright © 2009 – Josselene Marques© Todos os Direitos Reservados
3 comentários:
Querida Jossi, muchas gracias por citar aquellos post mìos.Vos los has enriquecido con èste excelente relato y reflexiòn.Es un verdadero placer leerte y saber que existen personas que pueden detenerse a pensar en èstas cosas.Excelentìsimo tu comentario,realmente digno de ser publicado en un periòdico de nivel masivo.Gran abrazo amiga,felicitaciones por tu editorial que me ha resultado magnìfica.
Josselene, uma crônica perfeita! O conteúdo, a temática, as observações, as comparações e as reflexões evidenciadas, todas perfeitas! Parabéns! Tá, eu gostaria de ter feito um texto assim!
Abraço,s
Raí
Beto:
Gracias, amigo, por la visita, la compañia, tus elogios y por valorar mis reflexiones como siempre.
Abrazo fraterno y venite cuando quieras.
Raí:
Que amável! Elogios vindos de um dos melhores cronistas do Brasil são um incentivo e tanto.
Obrigada pela visita e pela companhia neste espaço virtual.
Volte sempre que puder e desejar.
12 de Setembro de 2009 13:45
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