Terra da Liberdade

Fotos disponíveis nos sites AZOUGUE e PMM
Por favor, clique na imagem para ampliá-la.

Neste mês, a cidade de Mossoró comemora, no próximo 30 de setembro - sua data cívica maior, os 128 anos da abolição dos últimos escravos negros que aqui existiram - pouco mais de 80 deles, no ano de 1883.

Por tradição, nossa terra é pioneira. Além de libertar seus escravos, antes da assinatura da Lei Áurea, foi a primeira cidade brasileira a permitir o voto feminino nas eleições. A professora mossoroense Celina Guimarães foi a primeira brasileira a fazer o alistamento eleitoral. De mais a mais, foram vários os fatos que contribuíram para que Mossoró ficasse conhecida como a Terra da Liberdade.

Este poema é um lamento, fruto de uma reflexão sobre algumas mudanças que vêm ocorrendo não somente em minha amada terra natal, mas também em milhares de cidades pelo mundo afora.

Nasci, cresci e vivo na Terra da Liberdade.
No passado, podia ir e vir livremente,
Sem preocupação, medo ou risco.
No presente, continuo livre,
Contudo, não posso mais viver como noutrora.
A Terra da Liberdade exala insegurança;
A violência está em cada esquina;
A integridade física de seus filhos
Encontra-se sob constante ameaça.
Moramos cercados por muros altos,
Que nos privam do simples prazer
De cumprimentar os vizinhos ao amanhecer.
Somos cidadãos livres “em prisão domiciliar”.
Oh! que saudade daquela cidade pacata...
Ela “passou” junto com a minha infância!
Dela, só restam as lembranças
Das conversas amenas
No coreto da Praça da Catedral,
Do lindo pôr do sol na barragem
E do tranquilo passeio de canoa
Próximo às margens do Rio Mossoró.
Há muito não ouso desfrutar de tais prazeres.
Ainda assim, sonho em tê-la de volta.
Quero poder, novamente, caminhar livre e confiante
Pela minha amada Terra da Liberdade.

Copyright 2011©Josselene Marques
Todos os direitos reservados