segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Desaceleração: a natureza agradece!


Imagem do Google


Estou de folga. A condição de funcionária pública me dá este privilégio. Resolvi, ao despertar, que teria um dia diferente e especial e não assumiria compromisso algum. Hoje, não há razão para pressa. Para começar, reprogramei meu automático – desacelerando-o, respirei fundo e relaxei. Em seguida, fiz uma coisa que a correria do dia-a-dia não me permite: dei uma volta em marcha lenta pelo quintal de minha casa. Ah! Foi ótimo! Que prazer senti em uma coisa tão simples! Como não havia a preocupação com o passar do tempo, tive a oportunidade de “enxergar” a “natureza particular” que vejo no percurso diário, até a garagem, e não me dou conta em função da azáfama. Observei as lindas plantas e flores às quais tenho negligenciado minha atenção. Como lamento não ter acompanhado o seu crescimento, o seu desabrochar e, até mesmo, o perder do viço. Prometi para mim mesma fazer as pazes com esta natureza, afinal, também sou parte dela. Todavia, felizmente, também constatei algo positivo durante a minha reflexão: o meu relacionamento com a natureza, apesar de “estremecido”, não acabou – até porque isso é impossível! Vejamos, por exemplo: conservo, desde a adolescência, o hábito de acordar com o canto dos passarinhos. Meu relógio biológico, há anos, ajustou-se ao deles. Tenho verdadeira fascinação pela lua. Não sei se apenas pela sua beleza ou pelo fato de meu nome, de origem grega, ser o mesmo de sua mitológica rainha. Sempre antes de me recolher, ao conferir portas e janelas, lanço-lhe um olhar de admiração e despedida. Amo o sol. Gosto da claridade e da energia que esta estrela de quinta grandeza me presenteia a cada dia. O pôr-do-sol encanta e enleva, sobremaneira, a minha alma nas raras vezes que tenho a chance de assistí-lo. Quando viajo – e não estou ao volante – ocupo a maior parte do tempo admirando a paisagem e tentando identificar figuras formadas pelas nuvens na imensidão azul celeste – Que belo espetáculo de Deus! Outro componente da natureza que me causa deslumbramento é o mar. Ele tem o poder de me assustar e acalmar. É contraditório, mas explico: assustam-me o seu tamanho, a sua força, a sua profundidade, principalmente, por eu ser pequena e frágil e, ainda por cima, não saber nadar. Acalmam-me a sua beleza extasiante, a sua cor e o ruído cadenciado de suas ondas que se traduz em música tranqüilizante para os meus ouvidos.

Conscientizei-me, enfim, de que preciso estreitar, ainda mais, a minha relação com a natureza porque é essencial e faz bem. Igualmente ao ser humano, ela também precisa de amor, carinho e atenção. Nada justifica minha desatenção já que ela, juntamente com tudo o que existe, constitui e enfeita o meu lar, o meu mundo e o meu planeta. Neste exato momento, em que escrevo estas impressões, o meu dia só está começando. Vou continuar procurando outras coisas não rotineiras para fazer e, desta forma, cumprir o que me propus ao acordar: tornar este dia diferente e especial.
Copyright © 2008 Josselene Marques

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