Imagens: WEB - Montagem: Selene
Assim como o Brasil, a Índia é um belo país, rico em tradições religiosas e culturais, belezas naturais e diversidade étnica. Esta última contribui para que ambos se enquadrem entre os mais desiguais do mundo. Neles riqueza e pobreza, progresso e atraso, erudição e analfabetismo caminham paralelamente. Mas as semelhanças não param por aí. Brasil e Índia têm uma vasta extensão territorial e ambos estão divididos em 27 unidades federativas. Em Mumbai – grande cidade industrial indiana – 40% de seus habitantes vivem em favelas miseráveis ou nas ruas. Situação equivalente temos em algumas áreas dos morros cariocas e na periferia de outras centenas de cidades brasileiras. Na Índia, podemos encontrar camelos e elefantes – preferencialmente, meios de transporte de castas inferiores – disputando espaço, no trânsito, com carros do último modelo. Da mesma forma que vemos, aqui, carros populares e de luxo transitando ao lado de carroças – veículos de tração animal.
Embora tenha sido oficialmente extinto, há mais de 50 anos, o Sistema de Castas ainda faz parte da cultura indiana. Após a independência, apesar de várias leis criadas e da luta de Gandhi as castas subsistem. Sua origem está ligada à mitologia religiosa hindu. De acordo com a fabulosa história dos deuses, o deus supremo Brahma foi sacrificado e seu corpo dividido. As castas clássicas eram quatro e representavam seu corpo assim distribuído: da cabeça veio a casta mais elevada: os brâmanes (sacerdotes, filósofos, professores, astrólogos, yogis, gurus, eremitas, escritores, poetas e historiadores); dos braços, os xátrias (guerreiros e governantes); das pernas, os vaixas (agricultores, artesãos e comerciantes); dos pés, os sudras (escravos, servos, trabalhadores braçais e camponeses). Além das quatro castas principais, há um segmento da sociedade que vive à parte: os intocáveis, dalits, párias ou sem-casta. São vistos como “impuros” e não podem ser tocados pelas castas superiores. O grupo dos intocáveis agrega todos aqueles que violaram o sistema de castas ou infringiram alguma regra social. Neste sistema, quando uma pessoa é rebaixada, todos os seus descendentes também o são. Estrangeiros e imigrantes também fazem parte deste grupo e, como estão à margem da sociedade, ficam bastante vulneráveis. Os intocáveis jamais terão o direito de banhar-se no Rio Ganges – considerado sagrado. Eles realizam trabalhos considerados desprezíveis como limpeza de esgotos e, comumente, exercem as profissões de gari, coveiro, lavadeira e faxineiro. Comparo os sem-casta indianos aos brasileiros que pertencem às camadas mais baixas de nossa população e aos mendigos. Se refletirmos um pouquinho, constataremos que o tratamento que lhes é dado, pelas classes mais privilegiadas, não é muito diferente do dispensado na Índia, concorda?
As quatro castas clássicas deram origem a várias subdivisões e, atualmente, a Índia possui mais de três mil castas que são distribuídas entre uma população de 1,45 bilhão. O analfabetismo atinge 350 milhões de habitantes. Os números do Brasil são, proporcionalmente, bem menores: 14,1 milhões de analfabetos para 183,9 milhões de habitantes.
Inferi que apesar de existirem grandes diferenças sociais, em nossa pátria, temos todos liberdade de expressão, de crença, de escolher nossos governantes, a nossa profissão, o estilo de nos vestirmos, a nossa alimentação e a pessoa com quem queremos compartilhar a nossa vida. Enquanto que, entre os indianos, são poucos os que têm tais “privilégios”. Percebo que aqui o problema é social e econômico, mas há possibilidade de ascensão. Na Índia, é a religião que determina tudo e não há possibilidade de “promoção” de uma casta para outra, só de rebaixamento ou exclusão. A discriminação é pela origem – não importa se a pessoa é rica ou pobre, se é trabalhadora ou não. Igualmente ao Brasil, há leis contra essa discriminação racial, mas, na maioria dos casos, raramente são cumpridas.
Depois desta viagem cultural, não desmerecendo aquele país e com todo respeito à sua cultura milenar, afirmo: o Brasil, com todos os seus defeitos, é o melhor país do mundo. E é o meu país!
Atualmente, a Índia está em evidência no Brasil. Isto se deve à veiculação de uma novela, em horário nobre, por um dos canais de televisão de maior audiência em nosso país. O tema abordado é a intocabilidade entre os integrantes das castas e os sem-casta ou “intocáveis” que vivem à margem desse sistema de divisão social. Aproveito este espaço e sua companhia, caro (a) leitor (a), para juntos fazermos uma viagem à nação de Brahma e, desta forma, descobrirmos as diferenças e as semelhanças entre as culturas brasileira e indiana.
Assim como o Brasil, a Índia é um belo país, rico em tradições religiosas e culturais, belezas naturais e diversidade étnica. Esta última contribui para que ambos se enquadrem entre os mais desiguais do mundo. Neles riqueza e pobreza, progresso e atraso, erudição e analfabetismo caminham paralelamente. Mas as semelhanças não param por aí. Brasil e Índia têm uma vasta extensão territorial e ambos estão divididos em 27 unidades federativas. Em Mumbai – grande cidade industrial indiana – 40% de seus habitantes vivem em favelas miseráveis ou nas ruas. Situação equivalente temos em algumas áreas dos morros cariocas e na periferia de outras centenas de cidades brasileiras. Na Índia, podemos encontrar camelos e elefantes – preferencialmente, meios de transporte de castas inferiores – disputando espaço, no trânsito, com carros do último modelo. Da mesma forma que vemos, aqui, carros populares e de luxo transitando ao lado de carroças – veículos de tração animal.
Em minha pesquisa, algo, em especial, me surpreendeu: diferentemente do Brasil, na Índia, a pobreza não gera violência. Buscando a razão, descobri que o mérito é da religião: eles acreditam no eterno retorno das almas à vida e que podem ser acolhidos, inclusive, em animais. Daí a sua preocupação em evoluir, controlando certos impulsos, para não retornarem em condição ainda mais inferior.
No Brasil, vivemos em uma sociedade liberal onde qualquer pessoa pode ascender socialmente e economicamente através de riquezas acumuladas – é a livre iniciativa. Já na Índia, eles vivem em uma sociedade estática na qual trabalho e riqueza pouco influenciam na posição ocupada pelos cidadãos. Lá predomina o Sistema de Castas no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho e estão predeterminados: profissão, hábitos alimentares, vestuário e até os pretendentes, para o casamento, são escolhidos pelos pais.
No Brasil, vivemos em uma sociedade liberal onde qualquer pessoa pode ascender socialmente e economicamente através de riquezas acumuladas – é a livre iniciativa. Já na Índia, eles vivem em uma sociedade estática na qual trabalho e riqueza pouco influenciam na posição ocupada pelos cidadãos. Lá predomina o Sistema de Castas no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho e estão predeterminados: profissão, hábitos alimentares, vestuário e até os pretendentes, para o casamento, são escolhidos pelos pais.
Embora tenha sido oficialmente extinto, há mais de 50 anos, o Sistema de Castas ainda faz parte da cultura indiana. Após a independência, apesar de várias leis criadas e da luta de Gandhi as castas subsistem. Sua origem está ligada à mitologia religiosa hindu. De acordo com a fabulosa história dos deuses, o deus supremo Brahma foi sacrificado e seu corpo dividido. As castas clássicas eram quatro e representavam seu corpo assim distribuído: da cabeça veio a casta mais elevada: os brâmanes (sacerdotes, filósofos, professores, astrólogos, yogis, gurus, eremitas, escritores, poetas e historiadores); dos braços, os xátrias (guerreiros e governantes); das pernas, os vaixas (agricultores, artesãos e comerciantes); dos pés, os sudras (escravos, servos, trabalhadores braçais e camponeses). Além das quatro castas principais, há um segmento da sociedade que vive à parte: os intocáveis, dalits, párias ou sem-casta. São vistos como “impuros” e não podem ser tocados pelas castas superiores. O grupo dos intocáveis agrega todos aqueles que violaram o sistema de castas ou infringiram alguma regra social. Neste sistema, quando uma pessoa é rebaixada, todos os seus descendentes também o são. Estrangeiros e imigrantes também fazem parte deste grupo e, como estão à margem da sociedade, ficam bastante vulneráveis. Os intocáveis jamais terão o direito de banhar-se no Rio Ganges – considerado sagrado. Eles realizam trabalhos considerados desprezíveis como limpeza de esgotos e, comumente, exercem as profissões de gari, coveiro, lavadeira e faxineiro. Comparo os sem-casta indianos aos brasileiros que pertencem às camadas mais baixas de nossa população e aos mendigos. Se refletirmos um pouquinho, constataremos que o tratamento que lhes é dado, pelas classes mais privilegiadas, não é muito diferente do dispensado na Índia, concorda?
As quatro castas clássicas deram origem a várias subdivisões e, atualmente, a Índia possui mais de três mil castas que são distribuídas entre uma população de 1,45 bilhão. O analfabetismo atinge 350 milhões de habitantes. Os números do Brasil são, proporcionalmente, bem menores: 14,1 milhões de analfabetos para 183,9 milhões de habitantes.
Inferi que apesar de existirem grandes diferenças sociais, em nossa pátria, temos todos liberdade de expressão, de crença, de escolher nossos governantes, a nossa profissão, o estilo de nos vestirmos, a nossa alimentação e a pessoa com quem queremos compartilhar a nossa vida. Enquanto que, entre os indianos, são poucos os que têm tais “privilégios”. Percebo que aqui o problema é social e econômico, mas há possibilidade de ascensão. Na Índia, é a religião que determina tudo e não há possibilidade de “promoção” de uma casta para outra, só de rebaixamento ou exclusão. A discriminação é pela origem – não importa se a pessoa é rica ou pobre, se é trabalhadora ou não. Igualmente ao Brasil, há leis contra essa discriminação racial, mas, na maioria dos casos, raramente são cumpridas.
Depois desta viagem cultural, não desmerecendo aquele país e com todo respeito à sua cultura milenar, afirmo: o Brasil, com todos os seus defeitos, é o melhor país do mundo. E é o meu país!
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7 comentários:
Excelente! Meus parabéns!
Beijos!
Querida amiga Jossi:
Excelente informe que ayuda tanto a pensar y a descubrir el mètodo de analizar un objeto o cosa.Asì lo hicieron los ìconos de la Sociologìa...no quedarse con los frìos nùmeros de las encuestas sino buscar los porquè.
Una frase que es CONTUNDENTE y he leìdo aquì en tu informe...LA POBREZA EN INDIA NO ENGENDRA VIOLENCIA....cuànta verdad!!!,ojalà nuestros pueblos hermanos supieran aprender de èsto..."la pobreza no debe generar violencia"La vida de un ser humano no tiene precio alguno..respetar la vida ajena como la propia...NO MATAR..
¡¡¡Gracias Jossi por despertar conciencias que estàn anestesiadas!!!
Beto
Olá, amigo!
Muito obrigada pela visita e pelo elogio. Comentários deste tipo me motivam a sempre destinar uma parte do meu exíguo tempo para compartilhar o que aprendo.
Abraço e volte sempre!
Amigo Beto:
No tengo palabras...
Muchas gracias por tu elogio, tu comentario,tu visita y tu tiempo.
Bienvenido siempre!
Fuerte abrazo!
Interessante... Os professores lá, fazem parte da casta mais elevada, né ? Ponto pra eles!...
Parabéns ! Adorei o Texto, ele me deu várias idéias em um trabalho que estou elaborando, a visão está bem clara, tornando o texto bem mais fácil de ser entendido! Bjos
Parabéns pelo artigo, estou desenvolvendo um estudo acadêmico que envolve também as diferenças entre Brasil e Índia...as pontuações feitas neste artigo foram de grande proveito!
Valeu, fiz meu trbalho apenas copiando e colando seu texto.
Muito obrigadooo !
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