terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Onde está a felicidade?

Imagem: WEB





Ao raiar de mais um dia, sigo minha viagem por diferentes veredas. Especialmente hoje, aproveito para realizar um encontro comigo mesma e descobrir se é necessária esta busca incessante. Durante este exercício reflexivo, um turbilhão de pensamentos e imagens povoa a minha mente. Inevitavelmente, relembro de fatos e emoções que aguçam os meus sentidos. Os recortes do meu viver, vindos em flashbacks, deixam-me totalmente abstraída e, naturalmente, perco a noção de tempo e espaço. Após recuperá-la – de volta ao presente –, à minha frente, percebo a existência de dois caminhos à minha escolha. Penso: qual deles me levará à verdadeira felicidade?

Uma chuva fina começa a cair. Protejo-me sob um guarda-chuva, que sempre carrego comigo. Tenho que continuar o percurso e escolher o melhor rumo a tomar. No entanto, fico insegura, pois as lágrimas da natureza embaçam a minha visão. Procuro manter a calma e a lucidez. Concentro-me e uso minha capacidade intuitiva. Opto pelo caminho menos atrativo. Algo me diz que ele é o mais seguro. Intrépida, dou os primeiros passos em direção à senda escolhida. Em estado de alerta, todos os sentidos me asseveram que estou no caminho certo. Percorridos vários quilômetros da existência, um tanto cansada, alimento o desejo de chegar a algum lugar no qual possa descansar e encontrar a felicidade.

Transcorrido um tempo não-convencional, chego ao meu destino. Sinto um misto de surpresa e alegria. A chuva cessa e, a poucos metros, avisto um lugar que me é muito familiar. Entro, abraço a todos que já sentiam a minha falta. No aconchego do meu lar, vendo o meu reflexo no espelho e o carinho da recepção, entendi que a felicidade sempre esteve dentro e em volta de mim. O que me impedia de vê-la era a forma como eu olhava tudo e todos ao meu redor. Ah! A viagem não foi em vão. Às vezes, precisamos sair de nosso mundo para termos uma visão mais ampla e nítida de nós mesmos e do que, realmente, faz sentido em nossa vida.

Copyright © 2010 – Josselene Marques
© Todos os Direitos Reservados

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito, Josselene. As metáforas, de cunho pessoal, levam o leitor a também querer experimentar o caminho que a autora percorreu para se encontrar consigo mesma.
Abraço,s
Raí

Anônimo disse...

Menina,

Que texto maravilhoso!!! Tu prendeu a minha atenção do início até o final. Tu tem talento, sabia?!!!
Teu blog foi uma feliz descoberta para mim. Parabéns.

Bjos!

Daniel Lucas de Magé-RJ

Josselene Marques disse...

Raí:
Estou aprendendo... É um exercício diário na arte de escrever.
Obrigada pelo elogio e pelo incentivo.
Ótimo final de semana.

Daniel Lucas:

Você é muito amável. Obrigada.
Quanto ao blog, sinta-se em casa.
Minha principal razão de escrever é o leitor.
Volte sempre!