domingo, 24 de maio de 2009

Educação inclusiva e o AEE

Sala multifuncional para Atendimento Educacional Especializado
- a professora especialista Cláudia ensinando
a LIBRAS para aluno com surdez.
Foto: arquivo da Escola Municipal Marineide Pereira Cunha


No decorrer dos últimos cinco anos, observamos que a educação inclusiva, no Brasil, vem avançando e se solidificando consideravelmente. Isto se deve tanto aos investimentos dos governos federal, estaduais e municipais na capacitação de professores, construção de salas multifuncionais e aquisição de materiais quanto às pessoas comprometidas que abraçam esta causa e lutam por uma sociedade na qual as diferenças sejam respeitadas e acolhidas. O ano de 2008 foi, de fato, decisivo com a implantação das políticas públicas, em nível nacional, voltadas para a Educação Especial, ratificação de convenção, criação de decretos e diretrizes normalizando, formalizando e estruturando o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com deficiência.



V Curso de Educação Inclusiva: direito à diversidade
(Curso de formação de gestores e educadores, de 27 municípios do RN,
realizado no período de 18 a 22 de maio de 2009 -
Local: Sala Mossoró do Garbos Trade Hotel.)
Foto: arquivo pessoal

A cidade de Mossoró - cujo traço característico é o pioneirismo - aderiu e vem, com o apoio do MEC, fazendo a sua parte. Prova disto foi a realização, nesta penúltima semana de maio, pela Secretaria da Cidadania, sob coordenação da Gerência da Educação, do V Curso de Educação Inclusiva: direito à diversidade (curso de formação de gestores e educadores), do qual tivemos o privilégio de participar.


As professoras especialistas do AEE: Cláudia, Jaciara, Josselene
e a psicanalista com graduação em psicologia
Cristina Abranches Mota Batista
(Superintendente da APAE de Contagem/MG)
Foto: Rosely

Iniciamos, no dia 18, com a psicóloga Cristina Abranches Mota Batista (Superintendente da APAE-Contagem-MG). Em sua conferência, quando ela proferiu, com ênfase e segurança, a frase: “Todo ser humano aprende” lançou por terra todos os preconceitos que, por ventura, ainda alimentássemos em relação à aprendizagem de pessoas com deficiência, e nos motivou a investirmos em todos os alunos, sem exceção.


Eu e o professor Romeu Kazumi Sassaki
(especialista em inclusão social da pessoa deficiente,
autor de vários livros, consultor e professor em cursos de
capacitação de recursos humanos entre tantos outros trabalhos.)
Foto: Selma Bedaque


No dia 19, o professor Romeu Kazumi Sassaki reforçou e complementou o que nos foi ensinado, pela primeira conferencista, ao nos garantir que “Todos poderão aprender se acolhermos os estilos individuais de aprendizagem e as inteligências múltiplas”. Ainda segundo ele, "os sistemas gerais devem adequar-se às pessoas com deficiência e não o inverso".


Eu e a doutora, em Educação, uruguaia Susana Graciela Pérez Barrera Pérez
(Presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação,
do qual também foi fundadora)
Foto: Jaciara


No dia 20, a doutora Susana Graciela Pérez Barrera Pérez nos fez reflexionar sobre as graves consequências de negarmos oportunidades às pessoas com deficiências. Ela ainda nos deixou a frase: “Utopia é tudo aquilo que não conseguimos fazer”.

Eu e a pedagoga e especialista em inclusão
Selma Andrade de Paula Bedaque
(Coordenadora da Educação Especial - GEED -
responsável pela implantação do AEE em Mossoró)
Foto: Rosely


No dia 21, a Coordenadora da Educação Especial – GEED - Mossoró, Selma Andrade de Paula Bedaque fez um relato esclarecedor das “Idas e vindas do movimento inclusivo no Polo Mossoró”. Ela é a responsável pela implantação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), nesta cidade, e tem mobilizado, durante todos esses anos, um grande número de pessoas e recursos que modificaram, completamente, o ensino público da rede municipal e a vida de muitas pessoas com deficiência desta região.


A turma do AEE/Mossoró: professores especialistas
Vera, Selma, Josselene, João Neto, Aldenize,
Rosely, Jaciara, Sandra, Cláudia e Graça
Foto: arquivo pessoal

Em Mossoró, constatamos que, a cada dia, se multiplica o número de pessoas engajadas neste movimento. Ainda que não seja o número ideal, certamente e neste ritmo, ele será atingido. Já existem muitas pessoas falando “a mesma língua” e isto nos faz vislumbrar a escola, verdadeiramente, inclusiva que tanto queremos.


Eu lendo uma crônica reflexiva
no encerramento do evento.
Foto: arquivo pessoal

No dia 22, após escutarmos relatos de experiências inclusivas, retornamos aos nossos lares trazendo conosco algumas dúvidas – é verdade. Contudo, são exatamente essas dúvidas que nos impulsionarão a buscarmos, pesquisarmos, nos mobilizarmos para encontrarmos caminhos e/ou soluções para os desafios da inclusão. A luta não é fácil. Os obstáculos são muitos – não podemos negar. Concluímos que, por enquanto, o Atendimento Educacional Especializado (modalidade de ensino destinada às pessoas com surdez, deficiência física, deficiência intelectual e deficiência visual que suplementa ou complementa o ensino regular) é a melhor forma de incluirmos todos os alunos. Todavia, sonhamos com o dia em que a educação no Brasil atingirá o nível ideal de qualidade. Quando isso acontecer, o AEE não será mais necessário, como já acontece, por exemplo, no Canadá. Naquele país, o ensino regular é suficiente e eficiente para atender a todos os alunos, com deficiência ou não.

Enquanto esse dia não chega, mãos à obra!





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5 comentários:

Anônimo disse...

Selene,
todas as vezes que sou agraciado com uma capacitação onde o tema seja inclusão, vou feliz, pois sei que aprenderei muito. Você, com certeza, deve ter tido essa satisfação durante esse curso. Afinal de contas, só tinha profissionais gabaritados.
Beijos!
Rodin

Baladas mp3 disse...

Querida Josselene:
Permìtame felicitarla de todo corazòn, es Usted una persona valiosìsima para la comunidad, solo bastarìa con preguntarle a los padres de esos jòvenes y seguramente ellos serìan testigos de la excelencia de su trabajo.Por favor, haga llegar tambièn a sus compañeras mi màs afectuoso saludo, respeto y valoraciòn por esa tarea que hacen cada dìa para desterrar la palabra "exclusiòn".
Celebro que el Estado se ocupe de promover soluciones para ese sector tan olvidado en las naciones.Aquì en mi paìs tambièn hay miles de personas que trabajan dìa a dìa por los demàs, en absoluto silencio y anonimato, pero claro...esas noticias nunca salen en los medios de comunicaciòn, se lo dice alguien que conoce como funcionan los medios...
Gente como ustedes son los que cambian las cosas que nadie quiere ver, me emociona cuando veo que aùn en èste mundo hay gente como usted Jossi que no se detiene solamente a ver su propio "ego", sino que dedica tantas horas y esfuerzo para el bien de los demàs, seguramente que su esfuerzo nunca se verà equiparado en lo que deberìa ganar econòmicamente, pero sì en su firme convicciòn de dar sin esperar, como tanta gente egoìsta e interesada.
Yo siento un gran privilegio en conocerla, gracias por todo lo que hace junto con sus compañeras/os para mejorar con "hechos" y no palabras, las adversidades de èste mundo.
Gracias y que Dios bendiga vuestro trabajo.

Anônimo disse...

Amiga Josselene,
Sem dúvida nosso encontro foi maravilhoso discutir inclusão é sempre muito prazeroso e necessário para nossa sociedade, e você como sempre teve sensibilidade de registrá-lo de uma maneira tão coerente e coesa.
Você sabe que te admiro.

Um forte abraço
Jaciara Gomes

disse...

Josselene, eu também estou aqui para te parabenizar, pois, verdadeiras mudanças exigem atos e não somente palavras.
Que Deus te abençoe e te ilumine sempre!
Um abraço carinhoso 'desde' Tubarão até Mossoró. ;)
Lú♥

Josselene Marques disse...

Rodin:

Realmente, meu amigo, foi um privilégio e uma satisfação participar deste curso. A formação continuada é muito importante, pois além de formar, ela motiva, quebra paradigmas e atualiza conhecimentos - isto é imprescindível neste mundo globalizado, concorda comigo?
O contato com pessoas experientes, autoridades no assunto, nos dá segurança para ultrapassar as barreiras que nos são impostas.

Muito obrigada por sua visita e volte sempre!

Abraço fraterno.


Beto:

Muchas gracias por tu aporte.
Me ha dejado muy pensativa por tu reflexiòn. Asi es la cosa. Es algo dificil pero no imposible.
Es un placer recibir tus palabras.

Gracias por la compañia y tus elogios como siempre.

Bienvenido! Èsta es tu casa.
Abrazo fraterno!


Jaciara:

Obrigada, amiga, pelo carinho.
Quanto à admiração, a recíproca é verdadeira.
Abração.

Lú:

É sempre um prazer receber sua visita e seus comentários gentis.
Você tem razão. De nada adianta a teoria sem a prática.

Um abraço e seja sempre bem-vinda a este espaço.
Que Deus a abençoe sempre!!!