Imagem: WEB
VISITA
INESPERADA
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© Josselene Marques
Nos
últimos meses, embora sua presença tenha sido constante em minha vida, há
alguns dias ela não dava o ar de sua graça. Confesso que estava até me
acostumando com a sua ausência. Já era adiantado da hora noturna quando ela
chegou, inesperadamente. Parecia nervosa, pois utilizou mais de uma forma para
se fazer notar e anunciar: uma linguagem própria de sinais e bastante barulho.
Eu estava navegando na internet e, no exato momento de sua chegada, fazia um
upload de um vídeo de Laura Pausini. Coincidentemente, a conexão caiu e não
tive outra alternativa senão dar atenção exclusiva à inesperada visita. Depois
de meia hora, cheguei à conclusão de que ela não tinha pressa para ir embora.
Pensei comigo: que criatura mais inconveniente!
O
tempo foi passando e o meu sono chegando e ela lá, firme e forte, fazendo-me
companhia e impondo a sua presença. O cansaço me venceu e, apesar de minha boa
educação, fui obrigada a deixá-la “falando sozinha”, já que não podia mandá-la
embora, naquela hora. Adormeci. A certa altura da noite, acordei e observei que
ela não se fora, porém, estava mais calma e silenciosa. Creio que percebeu que
aquela não era hora para manifestações ou comportamentos efusivos.
Amanheceu.
Ao despertar para um novo dia, confirmei minha suspeita: ela viera para ficar
por um período bem maior. Fez-me companhia durante a noite inteira e imagino
que não partirá tão cedo.
Neste
instante, o relógio está marcando sete horas. Eu e ela estamos nos encarando.
Tenho um compromisso e não quero levá-la junto comigo. O pior é que ela parece
decidida e irredutível. Não tem acordo! Mais uma vez, serei forçada a
abandoná-la para poder cumprir a minha agenda. Refleti um pouco: não preciso
ficar constrangida, pois não a convidei. Ela terá que entender e relevar a
minha a falta de cortesia.
Fui
até o meu quarto preparar-me para sair. Ao retornar à sala, tive uma surpresa:
minha visita se fora, sem despedir-se, mas tenho a impressão de que voltará
mais tarde. Vi no céu alguns indícios. A minha companhia da noite passada
chama-se chuva. Ela chegou, sem aviso prévio, acompanhada de raios e trovões e
partiu silenciosa, há poucos minutos, deixando apenas a sua marca na natureza.
4 comentários:
Legal essa crônica, Selene! Prendeu-me a atenção e eu fiquei querendo saber que companhia era essa que te fez ficar mais tempo acordada e, mesmo quando você resolveu ir dormir, ela não foi embora. Visitinha inoportuna! E, pior: na manhã seguinte ainda estava lá! Juro que não acertei quem era! Parabéns!
Beijos!
Rodin
São textos assim que despertam nossa curiosidade para lermos até o final.. bom hábito que nem todos têm, mas que quando se tem nao se arrepende, pois cada texto que lemos representa uma nova aprendizagem na nossa trajetória.
Parabens por mais esse..
Eliane
Rodin:
Fico feliz que tenha gostado.
A minha intenção era justamente esta: despertar a curiosidade a respeito da visita.
Abraço fraterno!
Volte sempre que puder.
Eliane:
Seja bem-vinda à minha casa virtual.
Obrigada pela "força".
Volte sempre.
Valeu! é muito saber que alguém se preocupa em mostar o que temos de bom. Mossoró nossa terra.
J.Neto
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