terça-feira, 12 de outubro de 2010

FERIADO

Na foto do livro, eu aos 7 anos de idade.
Um pouco dessa criança ainda vive em mim.

Mais um feriado... O de hoje é em comemoração à Padroeira do Brasil - Nossa Senhora Aparecida - e ao Dia da Criança.

Aproveito para compartilhar com você algo que aprendi, recentemente. Descobri que nós devemos esses dias de folga ao pensador, historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento Nicolau Maquiavel (1469 — 1527) — o fundador do pensamento e da ciência política moderna.

Vamos ver o que nos conta a história a este respeito?

Em sua obra O Príncipe (dedicada a Lourenço de Médici II) – uma espécie de manual para os governantes, ou um alerta para o povo, segundo algumas interpretações – Maquiavel, entre os seus vários postulados, propõe ao príncipe que crie feriados para agradar ao povo. Como sabemos, um dos principais requisitos para se chegar ao poder, e manter-se nele, é obter a aprovação popular.

Seria hipócrita se dissesse que os feriados não me agradam, embora goste muito de trabalhar. É, justamente, nos feriados e feriadões que me dou ao luxo de fazer coisas que as obrigações e a pressa do dia a dia tornam inviáveis. Por exemplo, posso ler e/ou escrever mais; tenho uma oportunidade extra de visitar um parente ou amigo sem me preocupar com o passar das horas; faço passeios e viagens curtas; ou, então, opto, simplesmente, por repousar, isto é, brincar de não fazer nada.

Falando em brincar, imediatamente relaciono este verbo às crianças. Neste dia, que também é dedicado a elas, poderíamos aproveitar para refletirmos sobre o quanto as crianças precisam de carinho, proteção e atenção. São seres em fase de formação. Não devemos adiar esses cuidados. Tem que ser agora. Precisamos cuidar delas, pois os estímulos negativos da mídia estão ao alcance da maioria, sem contar com a violência e os desajustes familiares. Tudo isto junto está roubando a infância, a inocência e/ou a vida desses seres frágeis e indefesos. São outras “as brincadeiras” deste mundo moderno. Dependendo da situação econômica da família, as brincadeiras saudáveis e tradicionais vêm sendo substituídas por uma agenda lotada – semelhante a dos adultos - ou pela exploração do trabalho infantil. Há crianças amadurecendo à força. Muitas não sabem nem o que é brincar. Algo indispensável para o seu desenvolvimento normal.

Para ilustrar, citarei algo que observei em um de meus locais de trabalho. Recentemente, nós, professores, organizamos uma gincana escolar. Entre as mais diferentes tarefas, uma delas era pular corda – uma brincadeira comum e bastante popular. Acredite-me que, dos seis alunos participantes, apenas um conseguiu realizar a tarefa.
A primeira fase de minha vida foi boa e inesquecível. Sempre recordo com saudade o meu tempo de menina. Como aprendi e brinquei em casa e no meu Jardim de Infância! Naquela época, tudo parecia bem mais simples. Eu tinha poucas responsabilidades. Dizia o que pensava, sem censura ou maldade, satisfazia-me com pequenas coisas. Nunca fui exigente ou ambiciosa – isto perdura. Sempre procurava pensar e desejar proporcionalmente ao meu tamanho, à minha idade e ao bolso do meu pai. Fui uma criança feliz, apesar das dificuldades. E é, exatamente, uma infância com muita felicidade o que desejo a todas as crianças do Brasil e do mundo.

Para saber mais sobre Maquiavel e O Príncipe, acesse:
http://www.consciencia.org/maquiavel.shtml

Copyright © Josselene Marques
Todos os direitos reservados

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois quê!

Inteligente, culta, linda, sensível, humilde...
A minha lista de bons adjetivos está crescendo...
Perdoe-me, mas não consigo me controlar. São muitas qualidades em uma só pessoa.

É um prazer imensurável visitar os seus blogs.

Beijos

Raimundo Caldas
(Caruaru-PE)

Anônimo disse...

pelo menos esse cara deixou alguma coisa boa.
Abraço,s
Raí

Anônimo disse...

Adorei o foto livro, principalmente na manchete...kkkkkbjs